Assembleia dos trabalhadores da Comperj mantém greve e reivindica mais avanços

Operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro decidiram, nesta quarta-feira (16), manter a paralisação.





CUT

Realizada na manhã desta quarta-feira (16), a assembleia dos trabalhadores dos consórcios responsáveis pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, rejeitou a proposta apresentada pelos patrões na audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na última sexta-feira (11).

LIMITAÇÕES – As empresas se comprometeram a pagar um abono salarial de R$150,00 nos meses de novembro, dezembro e janeiro, já que a data-base da categoria é fevereiro; garantia de que todos os trabalhadores terão plano de saúde integral e gratuito – com a exclusão da “coparticipação”; pagamento de passagem de ida e volta para aqueles que moram fora do município visitar seus familiares; compensação de Natal (operários vão folgar cinco dias e compensar apenas três). Já a compensação dos quatro dias de paralisação – até então – seria feita no sistema de uma reposição por mês.

Todas as deliberações foram assinadas em ata após a audiência e foram levadas para análise dos trabalhadores, que acharam a proposta muito tímida diante dos lucros obtidos pelas empresas.

A grande adesão à greve, com 100% da categoria mobilizada a partir de uma manifestação espontânea dos trabalhadores, dá a dimensão da disposição da categoria, que luta para ampliar conquistas e colocar mais dinheiro no bolso. A construção do complexo – que integra o Programa de Aceleração do Acrescimento (PAC) – é de responsabilidade da Petrobrás, sendo a maior obra já realizada pela estatal.

ALERTA – O dirigente da Conticom Marcos Aurélio Hartung, secretário de Formação da Conticom/CUT, teme que aconteça em Itaboraí o mesmo que em Jirau: uma revolta dos trabalhadores por conta das péssimas condições estruturais e de trabalho. “Há um problema claro que é a infraestrutura do município. A obra conta com 14 mil trabalhadores e isso demanda uma estruturação que permita ao operário executar suas atribuições. Estamos falando aqui de transporte, acesso nas estradas, alojamento e uma série de questões de responsabilidade dos consórcios e da Petrobrás. Já passamos esta realidade para o procurador regional do trabalho de Niterói, que abrange Itaboraí, e pretendemos fazer uma força tarefa no sentido de discutir e buscar soluções para este problema social”, sublinhou Marcos.