Falta de diálogo com sindicato termina com nova confusão em Rondônia; CUT cobra negociação
Na manhã desta sexta-feira (28), os operários que trabalham na construção da usina Santo Antônio, às margens do Rio Madeira, em Porto Velho-RO, deixaram o canteiro por conta da irresponsabilidade da empresa Odebrecht, responsável pela obra.
A revolta teve início após a construtora impor que cortaria o equivalente a 1h30 do turno da noite de sábado sem que houvesse qualquer negociação com o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Rondônia (Sticcero)-CUT. “Como já há uma ponte sobre o rio, o trajeto não é mais feito de balsa, mas sim de ônibus, e houve a redução do percurso. Assim, quem saia às 05h30 passou a sair às 4h, reduzindo a hora extra. Só que isso faz uma grande diferença, porque quem está na obra não veio para ficar nos barracões, veio para trabalhar, ganhar dinheiro. Estão fazendo greve para trabalhar”, disse Altair Donizete, vice-presidente do Sticcero.
Segundo ele, também estão na pauta a melhoria na alimentação e uma ajuda de custo para quem veio de outros estados, como ocorre na usina de Jirau, também em Rondônia.
Diretor do sindicato, Raimundo Enelcio Pereira, afirma que a paralisação continuará até a próxima segunda, quando assembleias em dois turnos (às 6h e às 18h30) definirão o retorno. Caso a empresa esteja disposta a negociar. Do contrário, a mobilização continuará.
A mesa de negociação contará ainda com o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom), Cláudio Gomes, que também cobrará uma solução para os trabalhadores de Volta Redonda-RJ. Na última sexta-feira (21), a mesma Odebrecht também demitiu 80 operários, sendo 10 da Comissão de Negociação da obra de ampliação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). “Vamos discutir os dois problemas”, afirmou o dirigente.