Sem proposta satisfatória, movimento nacional é visto como único meio de enfrentar a intransigência da Empresa…
Escrito por William Pedreira
Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) deliberaram em assembleias realizadas nesta terça-feira (13) em todo o País pelo início da greve a partir desta quarta (14).
A pauta da Campanha Salarial neste ano envolve 83 itens que se relacionam com a valorização e reconhecimento daqueles que de forma exímia e heroica zelam pela qualidade dos Correios e por um atendimento satisfatório à população.
Hoje, os trabalhadores da ECT apresentam um dos piores salários entre as estatais, com um piso de R$ 807,00. O último aumento salarial da categoria foi em janeiro de 2010, ainda referente à campanha salarial do ano anterior.
Por isso, está inclusa na pauta de reivindicações a instituição de um Piso de R$1.635,00, reposição da inflação de 7,16% (de acordo com dados do Dieese), mais 24,62% de reposição das perdas salariais referente aos anos de 1994 a 2010.
No entanto, a empresa manteve a única proposta apresentada em mais de dois meses de negociação com a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect/CUT) de reajuste de 6,87%, que está abaixo da inflação, abono salarial de R$ 800, proposta está que foi prontamente rejeitada pelos trabalhadores que visualizaram o início de uma greve como única saída para enfrentar a intransigência da Empresa.
Além destes pontos, os carteiros alertam para a falta de funcionários, que é hoje insuficiente para atender de maneira satisfatória à população. Os mais de 110 mil trabalhadores estão sobrecarregados e extenuados pela pressão com o cumprimento das demandas. Segundo a Fentect/CUT, os Correios apresentam hoje um déficit na casa de 30 mil funcionários, que poderia ser sanado com a convocação de novos concursos públicos, contratação de mais trabalhadores e equipamentos novos.
Conforme informou Simone Lopes, presidenta do Sincotelba (Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Estado da Bahia) assembleias estão acontecendo por todo o Brasil. Na Bahia, a greve iniciou-se de forma intensa, com paralisações no interior e na capital. Uma nova assembleia foi marcada para às 19h de hoje para avaliar e deliberar sobre as ações que serão efetuadas nos próximos dias.
