Sem avanços nas negociações com o governo, greve nacional pode ser deflagrada a partir desta quarta-feira (14)…
Escrito por: William Pedreira
Os 110 mil trabalhadores ligados a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em Campanha Salarial podem deflagrar uma greve nacional a partir desta quarta-feira (14). A categoria reivindica reposição da inflação de 7,16% (de acordo com dados do Dieese) mais 24,76% de reposição das perdas acumuladas.
A Empresa propõe apenas a reposição da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado). “O governo vem mantendo a postura de arrocho salarial, adotando uma política de contenção de gastos, mas é preciso ter em mente que nossa categoria possui um dos pisos salariais mais baixos oferecidos por uma estatal, nossas perdas acumuladas chegam perto dos 25%. São questões críticas, que se relacionam com a valorização e a qualidade de vida do trabalhador”, afirma Saul Gomes da Cruz, diretor de Formação Política Sindical do Sincotelba (Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Estado da Bahia) e integrante do Comando Nacional de Negociações e Mobilização 2011.
Um dos pontos citados por Saul é o Piso Salarial que representa hoje um valor de R$ 807,00. Os trabalhadores exigem a adoção de um Piso inicial de R$1.635,00. A pauta de reivindicações reúne no geral 83 itens e envolve temas como: aumento real linear de R$400,00; melhores condições de trabalho; reembolso creche para os pais; entre outras questões.
Com data base em agosto, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect/CUT) vem debatendo com a ECT desde o dia 26 de julho a pauta de reivindicações da categoria, mas até o presente momento nenhum avanço foi apresentado.
Se ao final do dia não houver nenhuma proposta defensável e condizente com as exigências dos trabalhadores, a indicação é para que nas assembleias que serão realizadas pelos 35 Sindicatos ligados a Fentect nesta terça (13) saia com a orientação pelo inicio da greve a partir das 00h00 desta quarta-feira (14).
“O que nós pedimos é nada mais do que justiça. Utilizando como parâmetro, por exemplo, um vaqueiro da Embrapa, cujo requisito mínimo é ter ensino fundamental, seu salário inicial é de R$ 1.200,00. Já um carteiro que precisa ter no mínimo o ensino médio inicia-se com um salário de R$800,00. É uma discrepância muito grande. Reiteramos a disponibilidade de negociação, mas que, se isso não ocorrer, uma greve será deflagrada, fruto da falta de compromisso do governo com os seus trabalhadores", conclama Saul.