Punir trabalhadores que lutam pela vida é compactuar com as mortes

Mal começou a campanha reivindicatória, cujo tema principal é a defesa da vida, os gestores da Petrobrás já colocam as garras de fora…





Imprensa da FUP

No dia seguinte ao que a FUP entregou a pauta de reivindicações à Petrobrás, os trabalhadores denunciaram punições contra colegas de duas plataformas da Bacia de Campos que aderiram ao indicativo de greve de 24 horas dado pelo Sindipetro-NF no último dia 22, em protesto contra o acidente aéreo que matou quatro trabalhadores na região. As punições foram confirmadas esta semana pelo sindicato: a Petrobrás, que nunca responsabilizou sequer um gerente pelas mais de 300 mortes ocorridas nos últimos 16 anos, puniu com suspensões e advertências oito petroleiros da Bacia de Campos porque ousaram defender a vida.

Além de atentado contra o direito de greve e livre manifestação dos trabalhadores, as punições aplicadas pela empresa soam como provocação contra toda a categoria petroleira. Mal começou a campanha reivindicatória, cujo tema principal é a defesa da vida, os gestores da Petrobrás já colocam as garras de fora, tentando intimidar os trabalhadores, num claro assédio moral que extrapola os oito companheiros que foram arbitrariamente punidos. Se a categoria já imaginava que esta campanha reivindicatória seria dura e acirrada, agora tem certeza. Os seminários de qualificação de greve são estratégicos nesta disputa e serão realizados pelos sindicatos ao longo do mês de setembro, conforme orientação da FUP. É importante que os trabalhadores estejam preparados para o enfrentamento.

As punições na Bacia de Campos indignaram ainda mais a categoria. Qualificar a luta é a primeira resposta a ser dada aos gestores da empresa. Em manifesto divulgado esta semana, os petroleiros das plataformas PVM-1, PVM-2 e PVM-3 foram enfáticos:  “Se os gestores da Petrobrás tinham como meta semear o medo e colher a discórdia e mansidão cega da categoria, estão muito enganados. Manifestamos nosso apoio e solidariedade a nossos companheiros punidos arbitrariamente pela Empresa, e conclamamos a Bacia de Campos a fazer o mesmo. Registrem em suas reuniões de CIPA denúncias e campanhas contra o assédio moral a que sofremos diariamente em nossas Unidades, por simplesmente cobrar direito à segurança e à vida. Basta de assédio moral! Basta de punições arbitrárias! Basta de mortes! Temos direito à livre manifestação e à vida!”