Oito trabalhadores, que aderiram a greve do dia 22 em duas plataformas, (PVM-2 e Pargo) estão sendo atingidos por suspensões e por advertências
O Sindipetro-NF recebeu na tarde desta sexta-feira, 02, a informação de que a Petrobrás está aplicando punições a alguns petroleiros que participaram de movimento grevista no último dia 22, na Bacia de Campos. Oito trabalhadores, que aderiram a greve do dia 22 em duas plataformas, (PVM-2 e Pargo) estão sendo atingidos por suspensões e por advertências.
Dois dos casos de punição, no entanto, foram confirmado pelo próprio sindicato, com o acompanhamento dos diretores.
A entidade repudia com veemência qualquer punição a grevistas e vai garantir a defesa e a proteção dos petroleiros punidos, uma tarefa que também se torna uma obrigação de toda a categoria. A empresa, que se mostra ágil em punir trabalhadores que lutam pela vida, não demonstra o mesmo rigor para punir os seus gerentes responsáveis pelos acidentes que levam a mortes e mutilações.
Além de repor os valores descontados destes trabalhadores, o sindicato vai estudar as medidas judiciais cabíveis contra a empresa e os gerentes que empreenderam a injustificada e inconstitucional perseguição.
Como não há amparo legal para punir um trabalhador por ter feito uma greve convocada pelo seu sindicato, gerentes lançaram mão de mentiras contra os petroleiros para justificar as punições. Esta estratégia torpe da companhia não ficará impune.
Além de um violento crime contra o direito de organização e de manifestação, o ataque da empresa contra os petroleiros é um atestado de incompetência para gerir, uma vez que, na impossibilidade de liderar equipes pelo respeito, os gerentes tentam se impor pelo terror.
Ao contrário de empregar seu tempo e sua energia para resolver o verdadeiro fato, a insegurança, a empresa prefere punir quem o denuncia, em comportamento típico dos regimes autoritários.
E estas punições são flagradas apenas três dias após o envio, pelo Sindipetro-NF, de mais uma carta ao presidente da Petrobrás, José Gabrielli, para voltar a denunciar a insegurança crônica, e muitas vezes trágica, vivenciada pelos trabalhadores do setor. O sindicato questiona: é esta a resposta da empresa?
Reação
Mas o Sindipetro-NF e toda a categoria petroleira não vão se intimidar diante mais este ato de violência da empresa. Além de reagir com rigor, a entidade manterá firme o chamado para que as mobilizações sejam cada vez mais intensas sempre que trabalhadores morrerem em tragédias como as do último dia 19. É um direito legítimo de reação em defesa da vida, amparado pela lei e pela ética, que nenhum chefete poderá inibir.
O sindicato adverte a empresa de que a mobilização do último dia 22 foi ainda tímida diante da gravidade da situação de insegurança na Bacia de Campos e das perdas de mais quatro vidas. Foi apenas o começo de um processo de conscientização dos trabalhadores, em boa parte ainda encantados com as estratégias de sedução da empresa. Aos poucos, no entanto, cada petroleiro começa a perceber que as tragédias não acontecem apenas com os outros.
Comunique ao sindicato
Todo trabalhador punido deve entrar em contato contato com o sindicato e informar o caso. É muito importante que cópias dos comunicados das punições sejam enviadas para a entidade.
Leia mais: