Somente em agosto, oito trabalhadores morreram a serviço da Petrobrás

300 petroleiros perderam a vida nos últimos 16 anos em acidentes de trabalho, sendo que 242 deles eram terceirizados





 Imprensa da FUP

Além da queda do helicóptero fretado pela Petrobrás, que matou quatro trabalhadores na Bacia de Campos, um outro acidente na mesma sexta-feira, 19, vitimou mais um trabalhador que prestava serviços para a empresa. O operador de máquinas Márcio José da Silva do Vale, 23 anos, solteiro, contratado pela CM Construções, foi esmagado por uma motoniveladora, no campo de produção terrestre de Estreito, no Rio Grande do Norte. 

Somente em agosto, oito trabalhadores morreram em acidentes de trabalho na Petrobrás. Uma das ocorrências foi na refinaria de Bahía Blanca, na Argentina. Todos os trabalhadores eram prestadores de serviço. Desde o início do ano, já chegam a 11 as vítimas de acidentes de trabalho na estatal. Todas as ocorrências envolvendo trabalhadores terceirizados. Um número alarmante que reflete a insegurança crônica no Sistema Petrobrás, fruto da ineficiência e autoritarismo de uma gestão de SMS que se preocupa muito mais com a produção e os lucros do que em zelar pela vida e saúde dos trabalhadores.

A FUP e seus sindicatos vêm denunciando há anos esta situação, cobrando da Petrobrás um debate aberto com as representações dos trabalhadores, cujas propostas de mudanças na política de segurança têm sido rotineiramente desprezadas pelos gestores da empresa. Em conseqüência disso, 300 petroleiros perderam a vida nos últimos 16 anos, sendo que 242 deles eram prestadores de serviço. Ou seja, mais de 80% das vítimas de acidentes na Petrobrás são trabalhadores terceirizados!

Terceirização de risco

Quando não matam, os acidentes de trabalho mutilam, queimam, perfuram, eletrocutam. Somam-se a isso as doenças ocupacionais geradas por exposição a agentes químicos e nocivos, como é o caso do benzeno, produto altamente cancerígeno, mas que os gestores da Petrobrás querem impor um “limite de tolerância”.  

É preciso frear essa política de insegurança que vem sendo perpetuada anos a fio pelas gerências da empresa, com a conivência da diretoria, que até hoje não encontrou espaço em sua agenda para realizar o fórum de SMS, acordado com a FUP e os sindicatos. Enquanto isso, tragédias anunciadas se repetem, matando os trabalhadores que arriscam diariamente suas vidas para construir os recordes de produção e lucro da empresa. E os gerentes só se preocupam com os bônus que estes resultados poderão lhes render.