Caos Aéreo na Bacia de Campos: Sindipetro NF divulga nota responsabilizando a Petrobrás

Leia a integra da nota do sindicato divulgada nos jornais da região no domingo, 14…





Sindipetro NF

Leia a integra da nota do sindicato divulgada nos jornais da região no domingo, 14:

Gestão equivocada da Petrobras é responsável por caos aéreo na Bacia de Campos

Petroleiros e petroleiras da Bacia de Campos, de diversas empresas, estão enfrentando verdadeiras sagas nos embarques e desembarques das plataformas da região. A situação tem sido mais crítica no aeroporto de Macaé, mas é um problema que o Sindipetro-NF tem denunciado há anos e atinge todo o sistema de transporte aéreo dos trabalhadores do setor petróleo.

Além das constantes ocorrências que sinalizam a necessidade de melhorar a segurança de um setor que já vivenciou dolorosas tragédias, o caos aéreo que se instalou nesta semana explicita a falta de prioridade com que a Petrobras trata a crescente demanda por voos na região. 

Defensor da construção de um novo aeroporto na região, por apontar falhas de projeto no heliporto do Farol de São Thomé e por identificar há anos a urgência de investimentos em maior infraestrutura aeroportuária para suportar o crescimento da produção de petróleo, o Sindipetro-NF denuncia que a construção de um aeroporto em Campos dos Goytacazes está atrasado em virtude de decisão da direção da Petrobras — mais especificamente do diretor Guilherme Estrella, que o considerou ambicioso.

Em 2008, a companhia chegou a anunciar o início das obras, com previsão de entrada em operação em 2010. Se o projeto tivesse sido implementado à época, provavelmente não viveríamos hoje este cenário de atrasos e adiamentos de voos. Mas nada foi feito.

O Sindipetro-NF tem recebido relatos de trabalhadores que permanecem embarcados por muitos dias além do regime normal de 14 dias, elevando o risco das já temerárias operações a bordo e gerando prejuízos financeiros e familiares. Não são poucos os casos, por exemplo, de petroleiros que tiveram que pagar a companhias aéreas pela remarcação de voos comerciais para os seus estados de residência.

Mesmo nesta situação caótica, a empresa insiste em privilégios e em erros gerenciais que são reveladores dos equívocos de gestão que têm criado vários problemas para os trabalhadores. No último dia 27, dia de mobilização dos petroleiros, realizaram voos especiais para gerentes e demais chefias, impactando toda a agenda de embarques. Agora, enquanto faltam voos para os petroleiros, foram mantidos voos de comitivas de visitantes a plataformas. Por falta de leitos nas unidades, também estão sendo exigidos voos diários para transbordo de trabalhadores que realizam manutenção em algumas plataformas.

A companhia também não pode se manter indiferente em relação aos graves problemas que têm desestimulado a carreira de piloto de voos offshore. Especialistas do setor têm apontado várias causas que estão afastando os profissionais desta área, optando por melhores salários e condições de trabalho em áreas como a aviação executiva. Entre os problemas enfrentados por estes profissionais estão aumento da demanda de voos, emigração de pilotos para companhias aéreas internacionais, demora para a formação de novos pilotos, jornada de 6h da manhã às 6h da noite, alto número de voos por dia, escala de 15 dias em Macaé, longe de seus familiares e cidades, entre outros.

A entidade entende que a Petrobras não pode negligenciar a sua responsabilidade com o transporte organizado e seguro dos trabalhadores do setor. Assim como se mostra necessário em relação à área de segurança no trabalho, a empresa precisa rever a sua forma de gestão e passar a priorizar o que realmente importa: a vida e o bem-estar dos seus empregados. Responsabilidade social não pode ser apenas um discurso de marketing e deve começar dentro da própria companhia.

Campos e Macaé, 14 de agosto de 2011

Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense

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