Petrobrás altera de forma unilateral regras para avanço de nível e promoção.

É urgente rediscutir o PCAC, como cobram a FUP e os sindicatos…





Imprensa da FUP

A Petrobrás apresentou à FUP e já divulgou para os trabalhadores uma nova política de avanço de nível e promoção, que na realidade são alterações unilaterais no Plano de Cargos feitas pela empresa, às vésperas da mobilização nacional da categoria por uma PLR transparente e sem privilégios. O objetivo dos gestores da Petrobrás é tentar desmobilizar os trabalhadores contra o surbônus. Apesar de não tratar a nova política de avanço de nível anunciada como uma reformulação do PCAC, as mudanças feitas unilateralmente pela empresa afetam, sim, o plano de cargos e reafirmam a necessidade de abertura de um novo processo de negociação com as representações sindicais. Em vários fóruns com as gerências de RH, a FUP há muito tempo vem cobrando isso, deixando claro que os trabalhadores têm propostas de melhorias para o plano de cargos.

Esta questão foi, inclusive, tratada pela FUP na reunião que teve recentemente com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. Os dirigentes sindicais cobraram a reformulação de algumas carreiras, aceleração da progressão salarial, redução do intervalo de tempo para o avanço automático de nível, entre outras reivindicações da categoria. As alterações propostas pela FUP e seus sindicatos para o PCAC são as mesmas que foram apresentadas durante a construção do novo plano de cargos, mas que foram rejeitadas na época pela empresa.

A nova política de distribuição de níveis e promoção anunciada pela Petrobrás, além de não ter sido discutida com as representações sindicais, concentra ainda mais poder para as gerências na avaliação do trabalhador e aumenta o grau de subjetividade do processo, o que é um retrocesso, já que a categoria conquistou no novo PCAC regras claras e objetivas, justamente para evitar que a progressão salarial seja baseada em critérios pessoais dos gerentes. Portanto, está clara a intenção dos gestores da Petrobrás de acirrar a disputa com o movimento sindical, numa tentativa de desmobilizar as lutas dos trabalhadores, principalmente no que diz respeito à PLR. Não é à toa que a empresa anunciou que irá acelerar o avanço automático de níveis para os trabalhadores situados na categoria júnior. Esses trabalhadores são justamente os que recebem o piso da PLR e, portanto, aqueles que mais motivos têm para lutar por uma melhor e mais justa distribuição dos lucros construídos pela categoria.

A hora, portanto, é de intensificar a luta e construir uma grande mobilização no dia 27, deixando claro para a Petrobrás, que com surbônus, não tem acordo. A FUP também está orientando os sindicatos a pressionarem as gerências locais para que o processo de avanço de nível e promoção seja transparente, com critérios claros e objetivos, evitando que os “amigos do rei” continuem sendo agraciados, em detrimento dos demais trabalhadores.