Com surbônus, não tem acordo!
Imprensa da FUP
Nesta quinta-feira, 14, a Federação Única dos Petroleiros, o Sindipetro-RS e os sindicatos filiados voltaram a se reunir com as Gerências de RH da Petrobrás e das subsidiárias em mais uma rodada de negociação para quitação da PLR 2010. A FUP cobrou uma contraproposta democrática, transparente e sem privilégios, que avance em relação às reivindicações dos trabalhadores, com valores mais justos e igualitários, condizentes com os resultados e a riqueza produzida pela categoria.
A FUP também voltou a cobrar um posicionamento da Petrobrás em relação à proposta dos petroleiros para as PLRs Futuras e o compromisso da empresa de não privilegiar os gerentes e demais cargos comissionados com abono, como fez no ano passado, de forma unilateral, à revelia das representações sindicais e desrespeitando os fóruns de negociação. A FUP reiterou na mesa desta quinta-feira a decisão soberana das assembléias, onde os trabalhadores condicionaram a quitação da PLR 2010 ao compromisso da Petrobrás de que não tornará a praticar os bônus gerenciais.
Com surbônus, não tem acordo!
Na nova contraproposta apresentada à categoria, a empresa, além de não avançar significativamente nos valores e na forma de distribuição do lucro construído pelos trabalhadores, não assume qualquer compromisso de que não tornará a repetir este ano a traição que fez à categoria no ano passado, quando reeditou a política do surbônus. Os novos valores apresentados pela Petrobrás elevam em 7,6% o piso anteriormente proposto aos trabalhadores posicionados até o nível 457-A da tabela salarial. A nova proposta representa um aumento de 15,2% em relação ao piso conquistado no ano passado. Enquanto isso, a empresa elevou em 40% os dividendos distribuídos aos acionistas. Está clara a intenção de afrontar os trabalhadores, transformando a campanha da PLR em uma disputa política a favor dos gerentes.
Proposta já nasceu rejeitada
Seguindo a deliberação da categoria nas assembléias, a FUP, o Sindipetro-RS e os sindicatos filiados consideram a nova proposta da Petrobrás automaticamente rejeitada, já que, além de não avançar nos valores e na forma de distribuição da PLR, não atendeu ao condicionante aprovado pelos trabalhadores: o compromisso de que não haverá pagamento de bônus para os gerentes e demais cargos comissionados.
Intensificar a luta
Para pressionar a Petrobrás a atender às reivindicações da categoria, a FUP convoca os trabalhadores a implementarem o calendário de lutas definido conjuntamente com os sindicatos na reunião do Conselho Deliberativo, na última terça-feira, 12. No Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (27/07), os sindicatos organizarão 24 horas de vigílias em frente às unidades e mobilizações com cortes na emissão de PTs, unificando nas manifestações da PLR a luta por condições seguras de trabalho, contra a precarização da terceirização e por uma AMS de qualidade.
Paralelamente, os sindicatos realizarão seminários regionais de qualificação de greve, para discutir com os trabalhadores a construção de novas estratégias de luta para fortalecer a categoria no embate com os gestores do Sistema Petrobrás. Na semana passada, os petroleiros deram exemplo de unidade, em três dias de mobilizações, atendendo à convocação da FUP e dos sindicatos. A categoria mostrou que está disposta a lutar por uma PLR democrática, transparente e sem privilégios. A hora, portanto, é de intensificar o embate, com uma forte e participativa mobilização no próximo dia 27 em todo o Sistema Petrobrás.
Divisionistas fogem do embate contra o surbônus
Além de não construir um calendário próprio de mobilizações pela PLR, as direções dos sindicatos dissidentes preferem jogar para debaixo do tapete a principal questão que está em jogo nesta campanha: a volta do surbônus. Por que será que até agora, os divisionistas não entraram na luta contra o imoral pagamento de bônus para as gerências e demais cargos comissionados? A tática deles é escamotear a disputa ideológica e política em que os gerentes transformaram a campanha da PLR e pegar carona nas mobilizações convocadas pela FUP. Será que no dia 27 irão repetir o constrangimento da semana passada, quando somaram-se ao nosso calendário e depois anunciaram para a categoria que o indicativo foi deles?
Com surbônus, não tem acordo!