Mais um dia de mobilizações por PLR no Sistema Petrobrás

As paralisações foram iniciadas na quarta-feira, 06, em todas as plataformas marítimas e nas áreas terrestres de produção e exploração de petróleo e gás.





Imprensa da FUP

Nesta sexta-feira, 08, os trabalhadores de todo o Sistema Petrobrás realizaram mais um dia de mobilização para pressionar a Petrobrás a avançar na negociação de PLR, conforme os indicativos dados pela FUP e sindicatos. As paralisações foram iniciadas na quarta-feira, 06, em todas as plataformas marítimas e nas áreas terrestres de produção e exploração de petróleo e gás. Na quinta-feira, o movimento foi intensificado nas refinarias, nas usinas de biodiesel e nas sedes administrativas da Petrobrás. Na manhã de hoje, as mobilizações foram encerradas nos terminais da Transpetro e nas termelétricas, onde os petroleiros, mais uma vez, demonstraram que a categoria não medirá esforços na luta por uma PLR transparente e democrática.

Veja abaixo como foi o último dia das mobilizações no Sistema Petrobrás:

AM – Seguindo o mesmo cronograma das mobilizações de quarta e quinta-feira, os trabalhadores do terminal da Transpetro/DGN, do Edifício Sadik, onde funciona a base administrativa, da Engenharia e CEAP, e do Terminal Norte da Transpetro, atrasaram uma hora a entrada do expediente. No terminal de Manaus, além do atraso, os petroleiros não emitiram a permissão de trabalho.

 

RN – A continuidade das mobilizações no Rio Grande do Norte aconteceu nos Terminais da Transpetro em Natal, Mossoró, Macaíba e na sede administrativa da Petrobrás em Natal. Nos últimos dois dias, os trabalhadores do Rio Grande do Norte realizaram paralisações na área operacional de produção terrestre, na Usina Termo Açu e no Pólo Industrial de Guamaré, onde também estão situados os terminais da Transpetro, uma Unidade de Tratamento de Fluídos e a Refinaria Clara Camarão (RPCC).

 

PE/PB – Em Pernambuco, os petroleiros atrasaram duas horas a entrada do expediente nesta quinta-feira, 07, no Terminal de Suape e de Cabedelo. Nesta sexta-feira, 08, a paralisação de 24h foi iniciada pela manhã com a adesão de 100% dos trabalhadores terceirizados dos terminais. No terminal aquaviário de Suape, as permissões de trabalho também não foram emitidas, assim como no Gasoduto Base Jaboatão. No Empresarial Center I, II e III, onde funciona o setor administrativo do Sistema Petrobrás, o Sindipetro PE/PB realizou panfletagens entre às 7h e 9h da manhã de hoje.

Caxias – As mobilizações desta sexta-feira, 08, em Duque de Caxias, ocorreram no Terminal Campos Elíseos e no TermoRio Os trabalhadores se concentraram na Estrada da Fabor  e os ônibus e entraram vazios. Nos veículos só entravam os condutores. Esta foi a maior mobilização do Terminal e a primeira paralisação unificada com os trabalhadores da termoelétrica. O atraso foi de uma hora e todos os trabalhadores aderiram às mobilizações.

São Paulo – Nos terminais da Transpetro em Guarulhos, Guararema, Barueri e São Caetano do Sul, cerca de 500 trabalhadores se mobilizaram, atrasando a entrada do expediente por três horas. Na quarta e quinta-feira, as mobilizações aconteceram na Replan, Recap e no Edisp, sede da Petrobrás em São Paulo.

PR/SC – As paralisações também seguiram fortes nos Terminais de Itajaí, Biguaçú e Guaramirim, em Santa Catarina, com o atraso de três horas na entrada do expediente. O movimento teve adesão de 95% dos trabalhadores do setor operacional, dos laboratórios, da manutenção e do setor de SMS da Transpetro. No terminal de São Francisco do Sul, também em Santa Catarina, o atraso foi de duas horas, com 60% de adesão dos trabalhadores do setor administrativo. No Paraná, a mobilização foi intensificada no Terminal Aquaviário de Paranaguá, onde o atraso foi de uma hora, com 70% do efetivo operacional e 60% do administrativo.

RS – Os petroleiros do Rio Grande do Sul deram continuidade às mobilizações nos terminais da Transpetro em Rio Grande, Canoas, Osório e na Termelétrica Sepé Tiaraju, onde houve o atraso de três horas na entrada do expediente. O movimento também foi realizado na Refap nesta quinta-feira, 07.

 

O querem os petroleiros:

  • Negociação da PLR com a Petrobrás, tomando como base a proposta dos trabalhadores aprovada em assembléias;
  • Que a Petrobrás assuma o compromisso de não pagar bônus aos cargos comissionados, como fez no ano passado, sem qualquer discussão com os tabalhadores;
  • Que a Petrobrás apresente uma nova proposta, com base nas reivindicações dos trabalhadores;
  • Que a Petrobrás se posicione em relação às PLRs futuras.

Fosso entre o piso e o teto

Diferentemente do que a Petrobrás tem anunciado, sua proposta de PLR aprofunda a relação piso e teto, elevando em até sete vezes a diferença entre o menor e o maior valor a ser pago. Além disso, mais uma vez, o provisionamento da PLR foi feito de forma unilateral pela empresa, sem negociação prévia com o movimento sindical. 

É preciso que o processo de negociação avance, tomando como base a proposta de PLR futura, aprovada pelos trabalhadores em assembléias e, que, desde 2008, a Petrobrás vem esquivando-se de implementar. Portanto, é a disposição de luta da categoria que dará o tom desta campanha. O embate dos petroleiros começa esta semana, realizando uma grande mobilização nos dias 06, 07 e 08 

O que está em jogo é a volta do surbônus

Mesmo recebendo uma remuneração mensal diferenciada em relação aos demais trabalhadores, os gerentes, supervisores, coordenadores, consultores e outros cargos de confiança embolsaram no ano passado um extra de 2,56 remunerações, somando a PLR e o abono pago pela Petrobrás ao apagar das luzes da campanha.  Portanto, o que está em jogo neste embate com a empresa é a volta do surbônus, uma imoralidade que a FUP e seus sindicatos combateram e derrotaram no governo FHC, mas que jamais saiu da pauta dos gerentes.

Muito mais do que uma campanha de PLR, meramente econômica, a disputa que a categoria está travando com a Petrobrás é, acima de tudo, ideológica. É inconcebível que uma empresa pública fique refém de uma casta de executivos, que pressionam pela volta do bônus, uma política neoliberal, extremamente individualista, que estimula a divisão da classe trabalhadora e que levou à bancarrota uma série de corporações recentemente.  Os petroleiros estão respondendo nas assembléias que não permitirão esse retrocesso.