Volta, porém, não é definitiva; trabalhadores mantém mobilização e estado de greve em busca de melhores propostas dos patrões…
Terminou por volta das 19h, na estação Brás, a assembleia dos ferroviários das linhas 3 e 11 da cidade de São Paulo, que haviam decretado greve na manhã desta quinta-feira (1). Cerca de 500 trabalhadores decidiram encerrar a paralisação e entrar em estado de greve durante a negociação com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Com isso, mantém-se o alerta sobre a principal reivindicação: aumento de 8,26% dos salários. O governo chegou apenas ao índice de 3,27%. Uma nova assembleia acontece no dia 10 de junho, na estação Júlio Prestes, às 18h, mesma data em que todos os sindicatos da categoria se reúnem no Tribunal Superior do Trabalho para avaliar as negociações.
“O mérito desse processo foi estabelecer a unidade dos trabalhadores em defesa de melhores condições de trabalho. Isso forçou a empresa a negociar. Assim, resolvemos aceitar o acordo com o desembargador – Davi Furtado, que comandou a audiência entre CPTM e sindicatos na manhã desta quinta –, retornar ao trabalho, mas a mobilização continua”, afirmou Valmir Lemos, o Índio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Central do Brasil, filiado à CUT.
A entidade representa 2.500 ferroviários que atuam entre as estações Brás e Corinthians-Itaquera, na linha 3/Vermelha, e os que atuam todos da linha 11/Coral.
Greve termina no ABC
Também nas seis cidades do ABC paulista (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), os motoristas das linhas municipais e da EMTU decidiram encerrar temporariamente a paralisação.
O acordo ocorreu em audiência entre o Sindicato dos Rodoviários do ABC (Sintetra)-CUT e empresários, com mediação da juíza Sônia Franzini, do TRT., no final da tarde. A decisão é resultado da proposta dos patrões que chegou bem próxima do que desejam os trabalhadores. Os empregadores ofereceram 7,8% de aumento no salário e no tíquete refeição. Os rodoviários pedem 8% de aumento no salário, 10% no tíquete, R$ 450 de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os motoristas dos coletivos com cobradores e R$ 1500 de bonificação para quem exerce dupla função.
Apesar de voltarem às atividades, a decisão sobre a contraproposta dos empresários ocorre apenas amanhã. "A juíza iria julgar hoje, mas queremos avançar nessa negociação. Por isso, a decisão fica para amanhã (3), às 13h", explicou Leandro Silva, secretário geral do Sindicato dos Rodoviários do ABC.
Antes, os próximos passos da mobilização serão discutidos em uma assembleia às 9h, na sede do sindicato, em Santo André.