Assembleia na segunda-feira (11) votará aprovação da proposta e volta ao trabalho
Durante encontro na tarde desta quinta-feira (7), em Porto Velho, Rondônia, representantes da CUT, da Conticom (Confederação Nacional dos Sindicatos das Indústrias de Construção e Madeira) e do Sticcero (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil) acertaram com a construtora Camargo Correa, responsável pelas obras de Jirau, uma proposta que será apresentada aos operários da usina.
Caso o acordo seja aprovado em assembleia que acontece na próxima segunda-feira (11), às 7 horas, no portão da hidrelétrica, os trabalhadores devem retomar a seguir as atividades. O reinício dependerá apenas da liberaçãodo canteiro de obras por parte de fiscais do Ministério do Trabalho.
Os termos do documento são quase os mesmos que passaram pela votação dos funcionários da usina Santo Antônio, no último dia 4:
. 5% de antecipação salarial;
. aumento de R$ 132 no valor da cesta básica;
. licença (baixada) de cinco dias a cada três meses trabalhados, com direito a passagem de avião até as capitais, sendo completado o trecho rodoviário quando necessário;
. avaliação para alteração da empresa que fornece o Big Card, uma espécie de vale alimentação;
. opção de mais de um plano de saúde, com cobertura nacional, para o trabalhadores escolherem.
Abono para os alojados – A diferença fica por conta de um acordo coletivo que define abono equivalente a 50 horas do salário para os trabalhadores que permaneceram alojados. O valor também beneficiará aqueles que trabalharam em serviços de manutenção nos canteiros entre os dias 18 e 31 de março, período em que as atividades foram paralisadas.por conta dos conflitos que aconteceram no último dia 15.
Na ocasião, operários de Jirau iniciaram uma revolta por conta das péssimas condições de trabalho. Entre os problemas relatados estavam o assédio moral, o não pagamento de horas extras e o desconto sem justificativa nos salários.
“Essa é uma vitória da CUT, da Conticom, do sindicato e, principalmente dos trabalhadores, que levaram a esse processo de negociação. O próximo passo será acompanhar de perto as condições oferecidas aos operários e definir um Pacto Nacional da Construção Civil para evitar que o desrespeito aos direitos trabalhistas em Jirau e Santo Antônio voltem a acontecer e se repitam em outras regiões do Brasil”, disse Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT, destacado pela central para mediar a negociação entre operários e as empreiteiras.
O dirigente alerta ainda para a necessidade dos fiscais observarem o processo de reestruturação do local para liberação das atividades. “Não adianta você permitir o retorno desses trabalhadores se os alojamentos não puderem recebê-los, se os refeitórios estiverem sem condições. Nesse caso, teremos novas manifestações pelos mesmos motivos que originaram a anterior.”
Campanhas salarial começa a seguir – Na negociação com a Camargo Correa, CUT, Conticom e Sticcero também já definiram o calendário para discutir o acordo coletivo deste ano. A primeira reunião da campanha salarial da categoria, cuja data-base é 1º de maio, acontece tambem no dia 11.
Também participarão dos encontros as comissões de trabalhadores eleitas pelos próprios operários de Jirau e Santo Antônio.