Emprenteiras do Consórcio Santo Antonio se negam a negociar com trabalhadores

Apesar do compromisso firmado com o Governo Federal e trabalhadores, na terça-feira (29), em Brasília, representantes da empreiteira radicalizaram…





CUT

Na tarde desta quarta-feira (30), dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Construção e Madeira (Conticom) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) se reuniram com representantes da Odebrecht em Porto Velho, Rondônia.

O principal item da pauta era a reabertura das negociações com os operários da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio que estão em greve contra as péssimas condições de trabalho e segurança no canteiro de obras, onde os trabalhadores são vítimas de assédio moral e submetidos a condições análogas à escravidão.

Porém, ao contrário do compromisso que firmou com o governo federal e com os trabalhadores na terça-feira (29), em Brasília, representantes da empreiteira radicalizaram. Além de voltarem atrás e afirmarem que não vão dialogar com os trabalhadores, surpreenderam com ameaças de recorrer à Justiça para mediar o conflito.

A mesma Odebrecht, capaz de acusar da CUT e suas entidades filiadas, legítimas representantes dos trabalhadores, de radicalizar o discurso, se nega a sentar à mesa de negociação com quem apenas luta para ter seus direitos e dignidade respeitados. Os representantes da empresa esquecem que a greve dos operários nas usinas de Jirau e Santo Antônio é a única resposta a quem submete os operários a assédio moral e condições precárias de alojamento e alimentação.

A postura autoritária da Odebrecht aumenta a necessidade da construção urgente de um Pacto Nacional para a Construção Civil com multas pesadas e corte de financiamento público para quem desrespeita os direitos trabalhistas. Apenas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o consórcio responsável pela construção de Santo Antônio receberá R$ 6,1 bilhões.

Como fez ao longo de sua história, a Central Única dos Trabalhadores manterá a defesa da democracia e do trabalho decente.

Não recuaremos em nossa mobilização e convocamos todos os brasileiros a também ingressarem nessa luta por crescimento com respeito a quem constrói o país.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT
Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT

 

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