O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, participou do debate…
Com informações do Sindipetro-RN
Os dez anos do afundamento da plataforma P-36 na Bacia de Campos e a política de terceirização da Petrobras no Rio Grande do Norte. Estes foram os temas centrais da audiência pública proposta pelo vereador George Câmara (PCdoB) e realizada no último dia 18, no plenário da Câmara Municipal de Natal. O encontro contou com a presença do presidente do Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro-RN) Marcio Dias e do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antonio Moraes.
De acordo com o vereador George Câmara, é importante rememorar o acidente da P-36 como uma maneira de refletir sobre a contratação de serviços terceirizados na Petrobrás. “A questão é pertinente não só aqui no estado, mas em todo Brasil. As políticas de terceirização nivelam por baixo o nível dos serviços prestados ao designar funcionários sem a formação necessária para desempenhar funções qualificadas dentro da estrutura de petróleo e gás. Isso envolve diversos debates, como a falta de investimento em tecnologia no Brasil, segurança no trabalho, consciência ambiental, entre outros assuntos”, destacou.
O diretor do Sindipetro Marcio Dias enfatizou a importância histórica e política da discussão. “Fatos com o acidente da P-36 precisam ser lembrados para que não voltem a acontecer. A melhor maneira de fazer isso é discutir a atual política de gestão da Petrobrás e, ao mesmo tempo, mostrar à sociedade a importância da empresa na economia do país”, afirmou.
O coordenador da FUP, João Antonio Moraes chamou a atenção para a falta esclarecimentos e de discussão sobre as causas do acidente. “É hábito tentar esquecer os acidentes. O Brasil hoje é a 5ª potência econômica mundial em termos de energia e, em breve, será a segunda. Mas não se pode construir um futuro diferente sem aprender com os erros do passado”, disse.
O acidente com a plataforma P-36 aconteceu em março de 2001, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro e resultou na morte de 11 trabalhadores. A plataforma, na época considerada a maior do mundo, foi construída com tecnologia italiana e canadense. As causas oficiais do acidente, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) foram "não-conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto".