Petroleiros contratados pela Petrobrás intensificam a luta contra a crescente precarização das condições de trabalho…
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Trabalhadores terceirizados que prestam serviços à Petrobrás deram início nesta segunda-feira (28) a diversos protestos contra a crescente precarização das condições de trabalho. Na Bahia, os trabalhadores que operam as sondas da Companhia estão em greve, com previsão de parada por cinco dias. A paralisação também estava prevista para o Rio Grande do Norte, mas manobras de última hora realizadas pelas empresas terceirizadas inviabilizaram o movimento.
Segundo o coordenador geral do SINDIPETRO/RN, Márcio Dias, mesmo fora da greve os trabalhadores terceirizados do RN realizarão manifestações de protesto. A entidade também já solicitou a realização de uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Mossoró, e aguarda apenas a definição da data de realização. Na pauta, investimentos da Petrobrás, política de terceirização e empregabilidade no setor de petróleo.
Reivindicações
Os trabalhadores exigem condições satisfatórias de trabalho, com respeito a regimes e jornadas, preservação dos postos de trabalho e salários, manutenção de benefícios, entre outras reivindicações. Em função de um modelo de contratação adotado pela Petrobrás, que tem gerado uma concorrência predatória entre as empresas, os trabalhadores acabam penalizados com redução de salários e subtração de direitos, com reflexos na segurança.
Segundo Márcio Dias, os trabalhadores de algumas empresas contratadas pela Petrobrás enfrentam problemas como atrasos de salário, do 13º e o não pagamento de horas extras. “Queremos que a Petrobras acabe com a política do preço mínimo e que a terceirização não seja usada para reduzir custos. Lutamos também para que os trabalhadores terceirizados que ocupam cargos equivalentes aos dos funcionários próprios da Empresa recebam remunerações no mínimo equivalentes”, detalha Dias.
Outro ponto de reivindicação diz respeito à realização de concurso público para preencher postos de trabalho fixos que hoje são ocupados por terceirizados, e, sobretudo, que nos contratos firmados com as empresas terceirizadas sejam incluídas cláusulas garantindo direitos trabalhistas. A intenção do movimento, segundo Márcio Dias, é abrir diálogo com a Petrobras. “Queremos discutir esses contratos”, reforça.
No Rio Grande do Norte, a Petrobras tem 2654 empregados próprios. Além deles, a força de trabalho das empresas prestadoras de serviço à Companhia no Estado é formada por 11.294 trabalhadores.
Tentativa de negociações
Para preservar condições mínimas de trabalho nas sondas de perfuração da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos tentaram por várias vezes abrir uma negociação com a Gerência de Construção de Poços Terrestres (CPT). O objetivo era formalizar um conjunto de cláusulas básicas que as prestadoras de serviço deveriam garantir aos trabalhadores, antes das novas licitações que a Petrobrás realizou no mês de janeiro e que definiram os novos contratos de operação das 11 sondas de perfuração terrestre que a Companhia mantém na Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe. A Petrobrás, no entanto, negou-se a responder à FUP e seus sindicatos, não deixando alternativa, além das manifestações de protesto e paralisações.