FUP repudia truculência e covardia de gerência da Petrobrás na Bahia

Trabalhador que se manifestava é retirado à força de prédio da Petrobrás por 10 homens…





FUP e Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia

A truculência e o autoritarismo estão se tornando comuns em diversas unidades da Petrobrás. A questão em si já é absurda, mas se agrava ao levarmos em conta a essência do atual governo federal, que deveria ser antes de tudo democrática. As entidades sindicais têm recebido inúmeras reclamações da forma autoritária como vem agindo diversas gerências da Companhia.

Mas um fato que aconteceu recentemente na Bahia ultrapassou todos os limites do imaginável: no dia 11 de agosto, o trabalhador Tarciso Moraes, que há oito dias vinha realizando uma greve de fome nas instalações do prédio da Ediba (Itaigara), em Salvador, dormindo no local em um edredon, foi colocado à força na rua por 10 homens desconhecidos e à paisana, sem portar qualquer identificação. Provavelmente, capangas contratados pela gerência da Petrobrás.

Isto aconteceu por volta das 19h, quando o expediente na empresa já havia terminado.  Depois que Tarciso foi colocado na rua, a Petrobrás enviou uma assistente social, um médico e  um enfermeiro, que queriam que ele entrasse em um táxi ou ambulância. Mesmo com  a sua saúde física e psicológica debilitada, Tarciso se recusou a entrar nos veículos. O trabalhador denuncia ainda que toda a ação foi filmada pela Petrobrás.

Desde dezembro do ano passado que ele vem realizando manifestações e diversas greves de fome. Chegou a ser recebido por alguns gerentes com promessas de que a sua reivindicação seria atendida. Mas nada aconteceu. Por isso, entrou em greve de fome mais uma vez.

A FUP e o Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia reiteram total repúdio à ação da Petrobrás. No atual momento político pelo qual passa o nosso país, atitudes como esta são inadmissíveis, principalmente vindas de uma empresa estatal como a Petrobrás. Lembramos que a luta foi árdua para garantir a vitória do projeto da classe trabalhadora e neste projeto inserimos uma nova Petrobrás, mais democrática e transparente. Não vamos permitir retrocesso e a volta dos tempos ditatoriais da Petrobrás. A Petrobrás atual não comporta gerentes autoritários e truculentos. Exigimos respeito com os trabalhadores, sejam eles da ativa ou aposentados.

A greve de fome é um recurso legítimo, respeitado em um regime democrático e de direito, que qualquer cidadão pode fazer uso para protestar ou reivindicar seus direitos. Não podemos aceitar a continuidade de gerentes nos cargos de uma empresa pública e estatal, como a Petrobrás, que tomam decisões como essa.