MST discute reivindicações com governo federal

O MST participa de audiências com o governo federal para discutir a pauta de reivindicações…





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O MST participa de audiências com o governo federal para discutir a pauta de reivindicações dos acampados e assentados, nesta terça-feira (20/4), depois das mobilizações por todo o país na Jornada de Lutas pela Reforma Agrária.

O Movimento será recebido pelo ministro do Planejamento Paulo Bernardo, às 11h, na sede do ministério.

Depois, às 14h, acontece reunião com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com a presença do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart.

Nesta segunda-feira, os Sem Terra ocuparam a sede nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Brasília, e mais as superintendências em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Piauí e Paraíba. O movimento mantém ocupada também a sede do Incra em Pernambuco, desde sábado

Depois do protesto em Brasília, os trabalhadores rurais saíram do prédio do Incra.

“O nosso protesto no Incra nacional era para mostrar que o governo federal está em dívida com a Reforma Agrária e não cumpriu os compromissos assumidos com o Movimento no ano passado”, afirmou o integrante da coordenação nacional do MST, José Batista de Oliveira.

Nos outros estados, o MST continua mobilizado nas sedes do Incra, além de marchas e protestos.

Pauta

As mobilizações cobram do governo o assentamento das 90 mil famílias acampadas do Movimento e um programa de agroindústrias para os assentamentos.

Em agosto, o governou assumiu uma série de compromissos com a Reforma Agrária, que até agora não foram cumpridos, como a atualização dos índices de produtividade e a garantia de recursos para a desapropriação de áreas.

“O governo não vem cumprindo os seus compromissos com a Reforma Agrária. Temos famílias acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas e em áreas ocupadas, que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio”, disse José Batista.

Em toda a jornada, foram realizadas manifestações em 19 estados e em Brasília. Os Sem Terra fazem marchas pela Reforma Agrária na Bahia, Tocantins, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Foram ocupados 68 latifúndios, em Pernambuco (25), Bahia (15), São Paulo (11), Paraíba (5), Sergipe (4), Alagoas (2), Ceará (2), Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul (uma em cada estado). A maioria das áreas ocupadas já foram classificadas como improdutivas em vistorias do Incra, mas ainda não foram desapropriadas e destinadas à Reforma Agrária.

A jornada reivindica também a renegociação das dívidas das famílias assentadas e uma linha de crédito que atenda as especificidades das áreas de Reforma Agrária. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) não atende às necessidades dos assentados e criou uma geração de inadimplentes.