Em visita ao consulado cubano em São Paulo, sexta-feira (9), a Central Única dos Trabalhadores…
Em visita ao consulado cubano em São Paulo, sexta-feira (9), a Central Única dos Trabalhadores manifestou a solidariedade da classe trabalhadora brasileira a Cuba e seu povo contra a campanha desinformativa e de achincalhe patrocinada pelo imperialismo norte-americano e pela mídia, reverberada por seus satélites.
Na oportunidade, a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, acompanhada pelo assessor da secretaria de Relações Internacionais, Alexandre Bento, foi recebida pelo cônsul Carlos Trejo, pela consulesa Georgina Németh e pelo cônsul adjunto Aldo Amaro.
Rosane lembrou que os ataques sistemáticos movidos contra Cuba, Venezuela e Bolívia tem a mesma matriz reacionária e cumpre uma função desinformativa e tática, atacando a imagem e a política de esquerda em ano eleitoral no nosso país. “É uma pauta deturpada”, sublinhou a dirigente, lembrando que inúmeros avanços obtidos pela Ilha do Caribe são invisibilizados pela mesma mídia que amplifica qualquer eventual dificuldade ou problema.
Conforme Rosane, “a revolução cubana e suas conquistas têm sido historicamente um importante parâmetro para a luta de todas as forças de esquerda e movimentos sociais na sua caminhada pela justiça”. Segundo a dirigente, a perspectiva é de que se estreitem cada vez mais as relações com Cuba, com a Central dando todo o apoio possível à continuidade de um processo que aposta na transformação e na afirmação do ser humano. O fortalecimento do intercâmbio com a Central de Trabalhadores de Cuba (CTB), ressaltou, deve ser um elemento a mais na troca de experiências e conhecimentos sobre ambas realidades. “O fato é que em nosso país os grandes meios de comunicação são controlados por meia dúzia de famílias que manipulam a informação a seu bel prazer, divulgando e reforçando preconceitos que atentam contra a unidade latino-americana”, explicou.
Carlos Trejo agradeceu a presença cutista no ato de solidariedade realizado em frente ao consulado no dia 7 de abril e denunciou que, de dentro do consulado, todos puderam ver quando “manifestantes” contratados pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) receberam recursos para achincalhar a revolução.
Sobre o protesto em Havana de algumas mulheres de delinqüentes comuns cubanos, alçados a “presos políticos” ou “presos de consciência” pelo governo norte-americano e sua mídia, o cônsul denunciou que é um movimento de “mercenárias” a serviço do imperialismo contra a revolução. “Os que foram condenados o foram por leis pré-existentes em processos transparentes por delitos de sedição e mercenarismo. As chamadas damas de branco assumem abertamente que são financiadas pelos dólares recebidos dos norte-americanos”, esclareceu.
Trejo lembrou que por “traição ao país”, pessoas que facilitam a vida para o inimigo são condenadas a morte nos Estados Unidos. E que na Espanha, Alemanha ou Argentina há leis que punem exemplarmente quem age em prol de uma potência estrangeira.
“É bom lembrar que o nosso país está submetido há 50 anos por um bloqueio criminoso, que enfrentamos e derrotamos na Baía dos Porcos uma tentativa armada de invasão, que fomos ameaçados por um ataque nuclear durante a crise dos mísseis, que fomos alvo de terrorismo por parte de agentes norte-americanos. Há uma guerra econômica movida contra Cuba e um bloqueio a ser levantado. A ação de criminosos nada tem a ver com dissidência, como esta campanha mentirática quer fazer crer”, declarou Trejo.
O cônsul lembrou da enorme participação popular no processo eleitoral cubano, realizado a cada dois anos e meio – que supera os 87% – e da possibilidade democrática da revogação do mandato; da presença solidária cubana no Haiti, que completou dez anos; dos 38 mil médicos cubanos presentes em mais de 100 países; da operação Milagre, que já devolveu a visão a mais de 25 mil brasileiros com catarata; dos planos cubano e brasileiro de reconstrução do sistema de saúde haitiano, como demonstrações do compromisso da revolução cubana com o ser humano. Demonstrando a que nível chega o ódio e o medo da extrema direita norte-americana com os êxitos da Ilha, o cônsul lembrou que desde 1963 há uma lei nos EUA que impede até mesmo o Correio de funcionar entre os dois países.
No próximo período, a CUT vai impulsionar as ações dos Comitês de Solidariedade a Cuba, fortalecendo a articulação com os movimentos sociais e a mobilização da militância e da sociedade brasileira.