Trabalhadores repudiam assassinato de dirigente sindical da FETRAF-PA

O Comando de Combate às Práticas Antissindicais formado pela CUT, UGT, Força Sindical…





CUT

O Comando de Combate às Práticas Antissindicais formado pela CUT, UGT, Força Sindical, CTB, CGTB e NCST, desde 2008 vêm lutando de forma unitária para levar a discussão do combate às práticas antissindicais nos diversos níveis da sociedade, envolvendo também os órgãos de governo como Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Procuradoria Geral do Trabalho, Secretaria Especial de Direitos Humanos e outras entidades como DIEESE e ACTRAV/OIT.

Não foi por acaso que em dezembro do ano passado, realizamos um Seminário em Belém do Pará com a presença de dirigentes das centrais nacionais e regionais, Superintendência Regional do Trabalho, Procuradoria Geral do Trabalho, Secretaria Especial de Direito Humanos, DIEESE e ACTRAV/OIT, pois as denúncias de abusos contra dirigentes sindicais, inclusive com ameaças de morte é grande naquele estado.

Infelizmente o dirigente da FETRAF-PA, Pedro Alcântara foi assassinado a tiros por dois homens em uma motocicleta, enquanto caminhava com a esposa na última quarta-feira, 31 de março.




Segundo testemunhas, Pedro foi executado numa emboscada por dois pistoleiros de moto, que fugiram após os disparos.  

A vítima chegou a relatar ao fórum de direitos humanos que há um mês vinha sofrendo ameaças de fazendeiros. Atualmente, Pedro Alcântara não estava na coordenação de nenhum grupo de ocupação.  

A Polícia Civil já iniciou as investigações sobre a morte de Alcântara em conjunto com as equipes a Superintendência Regional do Araguaia Paraense e da DECA (Delegacia de Conflitos Agrários).  

A CUT, em nome de 22 milhões de trabalhadores, se solidariza aos familiares, amigos e companheiros de luta de Pedro Âlcantara que, lamentavelmente, é mais uma vítima da impunidade à violência que ainda domina o campo brasileiro.  

Não podemos mais aceitar que nossos trabalhadores e trabalhadoras que lutam pela reforma agrária e pelo fortalecimento da agricultura familiar, continuem a ser criminalizados e covardemente executados por pessoas que querem impedir o desenvolvimento de nosso país. Não é possível que o Judiciário brasileiro ainda permita que esses crimes continuem impunes.

Isto só reforça a necessidade da união do movimento sindical para que juntos possamos promover ações de combate às práticas antissindicais no Brasil, principalmente às que atentam contra a integridade física e à vida de dirigentes e ativistas sindicais. Cobraremos da Justiça, do Ministério Público do Trabalho e das autoridades competentes que este crime e outros que já ocorreram não fiquem impunes.




É inadmissível que em uma sociedade democrática, as relações de trabalho, autonomia e liberdade sindical previstas em nossa Constituição sejam barbaramente descumpridas.

A notícia repercutiu parcialmente nas televisões e em  jornais da região

Como sempre, os grandes jornais e emissoras de tv ignoram os fatos ligados à integrantes de movimentos sociais, e quando resolvem repercutir, noticiam parcialmente ou de forma pejorativa.  No caso de Pedro Alcantara, não  foi  diferente.

 

O jornal Estado de Sao paulo, ficou quieto. Calado, desconheceu o fato.  Afinal seus amigos ruralistas haviam cometido mais um crime.  Imaginem se o fato tivesse sido o assassinato de algum dirigente dos ruralistas?

Mas no domingo, dia 4 de abril, cinco dias apos o Fato, o jornal teve que noticiar.   E noticiou como?  Vide abaixo: noticiou que o jornal New York times havia noticiado…




Líder sem-terra é assassinado no Pará

QUESTÃO AGRÁRIA

04 de abril de 2010 | 0h 00,

– O Estado de S.Paulo

A policia  Civil do Pará informou que Pedro Alcântara de Souza, coordenador de políticas agrárias da Federação de Trabalhadores na Agricultura Familiar, foi morto a tiros na noite da última quarta-feira. O assassinato repercutiu no jornal The New York Times, que em reportagem da Associated Press relembrou o caso da missionária Dorothy Stang.