FUP representa o Brasil na Conferência Internacional de Solidariedade ao Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME)…
Ao centro da mesa, os diretores da FUP, Caetano e Chico Zé
Imprensa da FUP
Aumentar a pressão para que o presidente do México, Felipe Calderón, reintegre os 44.600 trabalhadores da companhia estatal de energia (Luz e Força do Centro – LyFC), que foi arbitrariamente extinta por decreto presidencial. Com esse objetivo, entidades sindicais de várias partes do mundo, entre elas a FUP, estão reunidas na Cidade do México, na Conferência Internacional de Solidariedade ao Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME). O evento, organizado pela Federação Sindical Mundial (FSM) e União Internacional dos Trabalhadores do Ramo de Energia, ocorre nesta quinta, 11, e sexta-feira, 12, articulando ações sindicais para se contrapor às demissões, ataques e violações de direitos sofridos pelos eletricitários mexicanos, em função da ofensiva neoliberal do governo de Calderón.
Uma das propostas é que no dia 16 de março, quando expira a convenção coletiva dos trabalhadores da LyFC, sejam realizadas manifestações em solidariedade à categoria. Haverá uma grande mobilização nacional no México, com greve nacional dos trabalhadores do setor elétrico. A FUP, representando o Brasil, propôs que neste dia sejam realizadas também manifestações e atos pelo mundo afora, em frente às embaixadas e consulados mexicanos.
Durante o segundo dia da Conferência, em entrevista coletiva à imprensa local e internacional, os dirigentes da FUP, Aldemir Caetano e Francisco José de Oliveira, manifestaram total apoio aos trabalhadores mexicanos e condenaram as práticas antissindicais que têm se tornado rotina no país. Recentemente, a Federação enviou carta à Embaixada do México no Brasil, exigindo que o governo mexicano respeite o direito à liberdade e autonomia sindical.
Nesta sexta-feira, a Federação Sindical Mundial fez um pronunciamento e enviou uma carta aberta ao governo de Calderón, em nome de todas as organizações sindicais presentes na Conferência, entre elas, a FUP.
"Em consequência desta medida inconstitucional do governo do Méxino, que viola todos os direitos humanos, sociais e trabalhistas dos eletricistas mexicanos, nos encontramos indignados e ratificamos nossa solidariedade de classe ao Sindicato Mexicano de Eletricistas. Diante disto, também cobramos do governo, uma solução favorável a todos os trabalhadores que hoje se encontram fora de seus postos de trabalho, através de mobilizações que serão realizadas nas embaixadas e consulados mexicanos, em diversas partes do mundo". Afirmaram os sindicalistas.
Desde outubro de 2009, quando a LyFC foi arbitrariamente extinta, os eletricitários estão sem salários, tiveram suas contas bancárias congeladas e são desrespeitados em seus direitos, inclusive o de liberdade sindical. Ainda assim, resistem contra a entrega do patrimônio público.
A FUP e demais entidades que participam da Conferência Internacional de Solidariedade exigem: revogação imediata do decreto presidencial de extinção da LyFC; reintegração dos 44 mil trabalhadores demitidos; cumprimento do contrato coletivo de trabalho; reconhecimento da representatividade do Sindicato Mexicano dos Eletricistas e respeito à liberdade sindical.
Governo de Calderón é exemplo do que é capaz o neoliberalismo
Violação à liberdade sindical, descumprimento do acordo coletivo da categoria, prisão de dirigentes sindicais, entre outras atrocidades, estão sendo praticadas pelo governo mexicano, com a conivência da mídia, do pode judiciário e da maioria do parlamento. Antes mesmo de assinar o decreto inconstitucional que liquidou a LyFC, em 11 de outubro do ano passado, Felipe Calderón já havia mandado a polícia invadir e ocupar as instalações da estatal, fechando a empresa na marra. As ilegalidades não pararam por aí. Além de ter demitido 44 mil trabalhadores, o neoliberal Calderón também se recusa a reconhecer a representatividade do SME e desencadeou uma campanha feroz contra a entidade.
A repressão é outro instrumento que tem sido utilizado por Calderón para sufocar as manifestações contra o fechamento da companhia de energia. Em novembro passado, a polícia federal feriu e prendeu trabalhadores e estudantes que participaram das mobilizações nacionais em solidariedade ao SME. A mídia tem apoiado as ações ilegais do presidente mexicano, massificando informações deturpadas de que os trabalhadores da LyFC são privilegiados, com salários e vantagens exageradas.
Esse filme se repete também aqui no Brasil, sempre que os neoliberais do PSDB estão no poder. É o que acontece, por exemplo, com os trabalhadores que denunciam e enfrentam os ataques e desmandos de José Serra, em São Paulo. A greve dos petroleiros em maio de 1995 também causou reações semelhantes do governo tucano de FHC, que invadiu refinarias com tanques do Exército, interveio nos sindicatos, demitiu e cortou direitos. Sem falar nas privatizações, inclusive no Sistema Petrobrás. São as garras afiadas do neoliberalismo, sempre apontadas contra os trabalhadores.
A FUP manifesta seu total apoio e solidariedade aos companheiros mexicanos. A unidade internacional dos trabalhadores é fundamental na luta de classes contra os efeitos perversos do neoliberalismo. Somos todos trabalhadores!