O estudo Mulheres no Mercado de Trabalho, realizado pela Subseção Dieese da CUT Nacional…
O estudo Mulheres no Mercado de Trabalho, realizado pela Subseção Dieese da CUT Nacional, aponta que a igualdade de remuneração ainda está muito distante no mercado de trabalho brasileiro, penalizando o lado feminino, que conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008 representa 51,7% da População em Idade Ativa e 42,3% das pessoas ocupadas. Ou seja, a maioria vira minoria no mercado de trabalho.
Apesar das diversas legislações existentes, que garantem a isonomia salarial, “as desigualdades salariais entre homens e mulheres são generalizadas e bastante grandes”. “Existem argumentos de toda ordem: como diferenças de escolaridade, qualificação profissional, tempo de serviço, idade, entre outros, que justificariam essas desigualdades, mas olhando para os dados, mesmo com idades iguais, formações iguais, tempo de trabalho igual, as mulheres recebem menos. Essas justificativas procuram desviar o foco, de que o real motivo para a desigualdade está fundado no preconceito de gênero”, aponta o estudo.
Assim, do total de mulheres empregadas em 2009, a maioria está concentrada no setor de serviços, onde a remuneração é mais baixa e o trabalho é mais precarizado. De acordo com os dados da Pesquisa Emprego e Desemprego (PED), em segunda posição estão as atividades comércio e serviços domésticos. “A região metropolitana de São Paulo, centro dinâmico da economia brasileira, tem proporcionalmente mais mulheres na atividade de serviços domésticos (17,1%) do que no comércio (15%). Situação inversa ocorre na região metropolitana de Recife, com 18,3% das mulheres na atividade doméstica e 19,8% no comércio”.
O levantamento demonstra ainda que a maior proporção de mulheres ocupadas na indústria está localizada na região metropolitana de Fortaleza, que concentra 18,5% das mulheres ocupadas, contra 13,5% de São Paulo.
PIOR REMUNERAÇÃO – De acordo com o levantamento, é na região metropolitana de Porto Alegre e Salvador que a remuneração feminina mais se aproxima da dos homens. No geral, as mulheres da capital gaúcha ganham 82,9% da remuneração masculina, o que significa 17,1% a menos e na capital baiana 79,8%, ou 17,5% a menos. A maior diferença ocorre na região de Fortaleza, onde a remuneração feminina é 23% inferior a dos homens. Em São Paulo, é 20,2% menor.
O estudo revela que as diferenças salariais são realmente “abissais”, com as mulheres chegando a receber 62,6% a menos que os homens nos cargos de diretoras administrativas e financeiras. Mas também são bastante relevantes para outras ocupações como recepcionistas e cozinheiras, tidas como ‘tipicamente femininas’: as mulheres recebem menos 16,1% e menos 25,1% respectivamente.
MAIOR DESEMPREGO – A pesquisa revela também o que se deduz intuitivamente: “de modo geral, a taxa de desemprego para as mulheres é mais alta. O fato se repete nas seis regiões metropolitanas avaliadas pela PED e no Distrito Federal ao longo de 2009.