Leia o editorial da direção da FUP, conclamando os sindicatos dissidentes a reunificarem a organização sindical petroleira
Editorial da Direção Colegiada da FUP
Culpar o adversário para minimizar ou desviar o foco dos erros cometidos. Essa tem sido a conduta dos dirigentes dos sindicatos dissidentes, desde que saíram da FUP. O adversário, no caso, é a Federação e não a Petrobrás. Os divisionistas, aliás, fazem questão de deixar bem claro para a categoria que o "inimigo" maior deles é a FUP e não o patrão. Enquanto isso, a Petrobrás vai afiando suas garras contra os trabalhadores, colhendo os frutos da divisão que os dissidentes plantaram.
Por que os divisionistas permitem isso? Eis os principais motivos: desgastar a FUP perante os trabalhadores, iludir a categoria com o canto da sereia que pregam em todas as campanhas e ter um bode expiatório para os seus fracassos. Vide a atual negociação do acordo coletivo. Fazem o jogo duplo com os trabalhadores, chamando a Federação para a unidade, mas continuam atirando incessantemente na FUP.
A unidade se faz no dia-a-dia, fortalecendo a organização dos trabalhadores. A categoria sabe disso e já percebeu que a tática dos dissidentes é dividir e não unificar. Os erros absurdos que cometeram nesta campanha reivindicatória comprovam o quanto estão perdidos e sem respaldo em suas próprias bases.
Enquanto a FUP constrói com os trabalhadores um processo de mobilização crescente, paralelamente à defesa da pauta de reivindicações, os dissidentes queimaram esta importante e decisiva etapa do processo de negociação, chamando prematuramente duas greves, sem um pingo de responsabilidade com suas bases. Desmoralizados perante os trabalhadores, ficaram enfraquecidos diante da Petrobrás, que se aproveita da situação tentando enrolar a categoria, com contrapropostas vazias. A FUP, por sua vez, tem conduzido o processo de negociação sem atropelos, fortalecida pela intensificação das mobilizações em suas bases, discutindo com os trabalhadores alternativas de luta nos seminários de qualificação de greve.
Os dissidentes, sem ter mais o que fazer, anteciparam o fechamento do acordo, negociando com a Petrobrás a redução da pauta da categoria, com foco basicamente nas questões econômicas. O afunilamento da negociação, visando priorizar a conquista das reivindicações mais importantes, é um processo natural na disputa capital x trabalho. Toda negociação é um jogo de xadrez, onde é fundamental saber movimentar as peças com sabedoria e no tempo certo. Os dissidentes, que sempre acusaram levianamente a FUP de "reduzir a pauta histórica" da categoria, estão se rendendo grosseiramente à Petrobrás, fazendo o jogo da empresa para fechar às pressas o acordo. Agem na contramão da FUP, que tem buscado o tempo todo avanços em pontos prioritários para a categoria, como o cancelamento das punições, mudanças nas políticas de SMS e de terceirização, melhoria nos benefícios (AMS, Petros, auxílio educacional, licença maternidade), além das questões econômicas.
A Petrobrás se aproveita da divisão da organização sindical para cozinhar em banho-maria uma contraproposta que de fato avance no atendimento das bandeiras de luta dos trabalhadores. A FUP tem alertado os dissidentes para esta questão e insistido na reunificação do movimento sindical em uma só entidade, conclamando-os a retornarem à Federação. O adversário da classe trabalhadora é o patrão. Portanto, não adianta ficar buscando bodes expiatórios para os erros e equívocos cometidos. Vamos fortalecer a organização dos petroleiros!