Após meses de negociações, os servidores da saúde de nível médio conseguiram o que queriam…
A luta valeu a pena. Após meses de negociações, os servidores da saúde de nível médio conseguiram o que queriam. Em mais uma assembleia histórica, realizada na manhã de quarta-feira (28), que contou com a presença de quase três mil pessoas, a categoria aprovou a proposta apresentada pelo secretário de planejamento, Ricardo Penna. O fato foi inédito no governo Arruda, pois é a primeira vez que ele aceita negociar com os trabalhadores em greve. Aprovada por unanimidade, o texto segue agora para a votação dos deputados na Câmara e depois para sanção para do governador José Roberto Arruda.
A massa saiu de alma lavada da assembleia. Ao final da votação, todos se abraçaram e choraram muito. Visivelmente emocionado, o presidente do SindSaúde-DF, Agamenon Torres, atribuiu a vitória à união dos servidores. "Essa vitória marca muito a minha vida como sindicalista, como homem e como trabalhador, pois quiseram menosprezar nossa categoria, não deram muita bola, mas nós fizemos a maior mobilização que Brasília já viu e mostramos nossa força. Estou sem palavras para descrever esse momento", disse.
O secretário-geral do SindSaúde, Elias Lopes, também lembrou que em seus mais de vinte anos de movimento sindical, nunca tinha visto algo parecido. "Provamos para todos que temos força e o governo se sensibilizou com a situação de todos esses pais e mães de família. Essa conquista eu atribuo à garra de cada um que saiu de casa e veio para o Buritinga reivindicar seus direitos", destacou.
O movimento foi engrossado por vários parlamentares. Todos fizeram questão de discursar e dizer que não vão medir esforços para aprovar o projeto na Câmara em caráter de urgência. A deputada Erika Kokay (PT-DF), fez um pronunciamento acalorado e não poupou críticas ao GDF. "O governo tentou tripudiar em cima de uma categoria que carrega a saúde pública do Distrito Federal nas costas. O seu discurso falacioso foi por água a baixo quando os trabalhadores decidiram mostrar sua verdadeira força. Os trabalhadores da saúde de nível básico e médio deram uma lição de cidadania e conseguiram alcançar seus objetivos. Parabéns a cada um de vocês", afirmou.
O também petista Paulo Tadeu comemorou a vitória dos servidores, mas lamentou o fato de o governo só reconhecer a necessidade de se conceder um reajuste maior para a categoria quando a greve foi declarada. "É lamentável o GDF ter que esperar uma categoria desse tamanho cruzar os braços para tomar alguma providência. Isso só demonstra que o GDF vem escondendo a verdade da população. Num primeiro momento diz que não tem recursos para bancar o reajuste. Depois, pressionado, cede. Parabéns a todos os servidores pela vitória maiúscula e conte com o meu apoio sempre", disse.
Agnelo Queiroz, candidato ao GDF pelo PT-DF também esteve presente na assembleia e ressaltou que sem luta não há vitória. "Tenho acompanhado a luta de vocês e sou solidário a ela. Todos já entenderam qual é a prioridade deste governo: ampliar viaduto, alargar pistas, enquanto a saúde e a educação ficam em último plano. Foi uma luta que valeu a pena e agora vocês vão colher os frutos", discursou.
Os deputados Geraldo Magela, Cabo Patrício e Doutor Charles não compareceram ao evento, mas enviaram apoio através de cartas.
Proposta feita pelo GDF e aceita pela categoria
Conseguimos através de grande mobilização da categoria que o governo atendesse a uma antiga reivindicação dos servidores e incorpora-se aos vencimentos a GATA (Gratificação de Atividade Técnica Administrativa) conseguindo assim corrigir um erro que concedia a gratificação apenas aos médicos da saúde pública do distrito federal.
