Coordenada pelo diretor da Central Única dos Trabalhadores, Adeilson Telles, a oficina…
Coordenada pelo diretor da Central Única dos Trabalhadores, Adeilson Telles, a oficina "Economia solidária: avançar para o desenvolvimento solidário e sustentável", realizada no dia 14, em São Paulo, reuniu o representante da Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS/CUT), Antonio Carlos Spis, e o diretor do Departamento de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes/TEM), Dione Manetti.
Spis citou a realização da 1ª Mostra Nacional de Comercialização dos Produtos e Serviços da Economia Solidária, de 28 a 31 de outubro no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista, como uma das ações da CUT para romper o gargalo da comercialização de pequenos empreendimentos e cooperativas. Calcula-se que o setor movimente cerca de quatro bilhões de dólares anualmente, envolvendo mais de 1,6 milhões de pessoas.
Na avaliação do dirigente da ADS, o fundamental neste momento em que se está conformando uma rede que envolve, entre outros produtos da economia solidária, artesanato, têxteis e reciclagem industrial, é preciso ganhar a confiança do empresariado do comércio atacadista, que já confirmou presença no evento que contará com a exposição de 170 empreendimentos. "O sistema logístico, a formação dos trabalhadores do setor, a segurança e a qualidade dos produtos também são prioridade", revelou Spis.
Segundo Dione Manetti, o envolvimento de uma central do porte da CUT, nesta "outra economia que já acontece em nosso país, fortalece o campo da solidariedade, cooperação, democracia, trabalho coletivo e auto-gestão, que são princípios fundantes da economia solidária". O diretor do Senaes deu inúmeros exemplos vitoriosos de empresas recuperadas pelos trabalhadores, o que fez com que inúmeras administrações municipais e estaduais começassem a se envolver neste debate.
Dione acredita que a economia solidária ganha importância pois aponta, ideologicamente, "para um novo modelo de transição rumo à sustentabilidade, a uma economia mais ligada ao social e ao meio ambiente. É um processo diferenciado, frisou, de quem crê na construção de uma nova sociedade, no socialismo como evolução do modelo de organização econômico e do trabalho".
Pelo mapeamento dos anos de 2005 a 2007 feito pelo Ministério, a economia solidária já alcançava a 51% dos municípios brasileiros, em aproximadamente 23 mil empreendimentos. A expectativa, ressaltou Dione, é que esses empreendimentos já superem a casa dos 35 mil. "Há uma tomada de consciência de que é importante cooperar, há um exercício prático de outras vivências, do trabalho coletivo, um processo de transformação cultural", acrescentou.
Para Adeilson Telles, da executiva nacional da CUT e mediador do debate, "a oficina foi extremamente enriquecedora e aponta para a superação da informalidade, dialogando com a nossa proposta de trabalho decente, tendo interface com vários temas da nossa jornada do desenvolvimento".