Pode ultrapassar 200 o número de trabalhadores demitidos pela San Antônio Internacional…
Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia
Pode ultrapassar 200 o número de trabalhadores demitidos pela San Antônio Internacional, empresa que controla a Sotep, principal prestadora de serviços da Petrobrás na área de operações de sondas terrestres. Na Bahia, a maior base da empresa, foram demitidos mais de 110 trabalhadores. No Espírito Santo, até o momento são 16 demissões. No Rio Grande do Norte, a Sotep demitiu oito petroleiros e ameaça efetuar mais de 90 cortes na região. A empresa também atua em Sergipe e no Rio de Janeiro, contando com cerca de três mil trabalhadores em todo o país. A FUP e seus Sindicatos reúnem-se no próximo dia 08 com a Sotep para exigir o cancelamento das demissões e indicou greve nacional, a partir do dia 09, se não houver reversão no quadro.
A Federação quer também a intervenção da Petrobrás para garantir os postos de trabalho e a segurança das sondas, que estão sendo operadas com efetivos reduzidos em função das demissões de trabalhadores experientes, alguns deles com 15 anos de atividade como torristas, plataformistas, sondadores e mecânicos. Não há qualquer motivo econômico que justifique tamanha redução de postos de trabalho. A Sotep continua sendo a principal operadora de sondas para a Petrobrás e não sofreu qualquer tipo de redução em suas atividades. Recentemente, a empresa foi comprada pela San Antônio, uma multinacional com sede em Houston, que adquiriu também o controle da Prest, HK e Unap, todas elas prestadoras de serviço para a Petrobrás. A multinacional tem forte atuação na Argentina, onde seu principal cliente é também a estatal brasileira, e desenvolve atividades ainda em outros países da América do Sul.
Intimidação e retaliação
Os trabalhadores da Sotep na Bahia reagiram com mobilização às mais de 110 demissões no estado, que é a maior base da empresa no país. Os petroleiros pararam as atividades por quatro horas no último dia 30, quando foram surpreendidos com o anúncio das demissões iniciadas no dia anterior. As mobilizações prosseguem e os trabalhadores estão aprovando nas assembléias o indicativo da FUP de greve nacional a partir do dia 09 e suspensão da negociação do acordo coletivo. Eles estão convictos de que as demissões foram retaliação da Sotep à greve realizada no final do ano passado. “Esse tipo de atitude logo no início da campanha salarial é intimidadora. A Sotep quer deixar os trabalhadores recuados para evitar novas greves. Só que o tiro saiu pela culatra. A categoria está organizada e não permitirá essa arbitrariedade”, revela um petroleiro da empresa.