Manifestantes exigem renuncia de Gilmar Mendes em 3 capitais

Ao som de roda de capoeira, quadrilha de São João e um apitaço, cerca de 300 manifestantes…

Vermelho

Ao som de roda de capoeira, quadrilha de São João e um apitaço, cerca de 300 manifestantes exigiram nesta quarta (24) à noite, na Praça dos Três Poderes em Brasília, a renúncia do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O ato, promovido pelo Movimento Sai às Ruas, aconteceu simultaneamente em São Paulo e Belo Horizonte. Ao contrário do primeiro protesto, em maio passado, quando se encontrava no prédio do STF, Mendes deixou o local antes da manifestação. Segundo a assessoria de imprensa da Corte, ele foi dar aulas e antecipou que não comentaria o assunto.

Uma guarnição da Polícia Militar do Distrito Federal (DF) manteve os manifestantes a uma distância de 100 metros do prédio do STF. Milhares de velas foram acessas por toda a Praça dos Três Poderes. Os manifestantes gritavam palavras de ordem como “Fora Gilmar” e “Gilmar banqueiro! O Dantas é que paga seu dinheiro.”  

Convidado para o evento, o mestre Aranha comandava uma roda de capoeira e disse que prestava apoio incondicional aos manifestantes. No local, também havia uma banca de camelô que vendia produtos delituosos como sentenças e “habeas bolsos”. Foram distribuídos apitos para os presentes.

Na quadrilha de São João, com direito a uma fogueira artificial, manifestantes colocaram máscaras de Gilmar Mendes e Daniel Dantas para encenar o casamento entre eles. Como padrinhos, outros interpretaram o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mais dois personagem caracterizados de executivo de multinacional e latifundiário foram testemunhas.

“Acho que ele (Mendes) está exagerando e a sociedade tem que demonstra sua insatisfação para que ele mude seu comportamento”, disse o curitibano Carlos Vale, que estava em Brasília e resolveu prestigiar o movimento.

Contra o conservadorismo

“Estamos aqui por causa das suas posições conservadoras, ele criminaliza os movimentos sociais e, além do que, soltou um dos maiores criminosos do Brasil por duas vezes seguidas, o Daniel Dantas. Então, isto é um acinte contra o povo brasileiro. Portanto, exigimos a renuncia dele”, disse um dos articuladores do movimento, Marcus Woortmann, cientista político e funcionário do Ministério do Trabalho.

José Teixeira, do Grito dos Excluídos, explicou que o movimento reunia na sua articulação entre 20 a 30 pessoas que não recebia apoio de nenhum partido ou entidade. Ele acredita que com o crescimento do Movimento Sai às Ruas a tendência é que haja maior participação. “Começamos aqui em Brasília, mas outros grupos já estão se organizando como em São Paulo e Belo Horizonte”, disse.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Romário Schettino, Gilmar Mendes provocou a união do movimento ao votar pelo fim da exigência do diploma de jornalistas para o exercício da profissão. “O voto dele foi infeliz e preconceituoso. Então nós estamos fechados nessa questão e devemos ficar na rua até que ele sai do STF. Já que não podemos demiti-lo acho que a pressão popular fará com que ele desista de ser ministro”, afirmou.