Greve na Replan: após negociação com sindicato, Petrobrás libera trabalhadores que estavam há 45 horas na refinaria

Petroleiros da Recap mantêm greve de solidariedade e outras bases de São Paulo também discutem entrar no movimento …







Imprensa da FUP

 

Os trabalhadores da Replan seguem fortes no segundo dia de greve, que agora passa a ter a adesão também dos petroleiros do Grupo 5 do turno, que estavam sendo mantidos pela Petrobrás operando a refinaria. Após várias negociações com o Sindipetro Unificado-SP, a gerência geral da Replan finalmente concordou em liberar os cerca de 70 petroleiros do grupo, que havia assumido o turno às 15h de domingo (01). Por volta das 11h30 desta terça-feira, 03, os trabalhadores foram liberados, depois de permanecerem 45 horas operando a refinaria. A Petrobrás assumiu a operação da Replan com um grupo de contingência formado por gerentes e supervisores, cujo efetivo, segundo denuncia o sindicato, está muito abaixo do mínimo necessário, colocando em risco a segurança operacional e expondo a comunidade local.

 

Solidariedade

Na Recap, em Mauá, onde os trabalhadores cortaram a rendição do turno às 15 horas de segunda-feira, 02, a greve continua, em apoio aos companheiros da Replan.  Outras bases do Unificado de São Paulo estão realizando assembléias para avaliar a construção de um movimento unificado de solidariedade. Os trabalhadores do Edisp, sede administrativa da Petrobrás em São Paulo, discutem atos de apoio aos petroleiros em greve. Nos terminais de Barueri, Guarulhos, Guararema e São Caetano, as assembléias deverão ocorrer nesta quarta-feira, 04, quando os trabalhadores terceirizados da Replan também realizam uma assembléia para discutir a realização de paralisações em solidariedade aos companheiros em greve.

 

Conselho Consultivo da FUP discutirá indicativo nacional

O Conselho Consultivo da FUP reúne-se nesta quarta-feira, 04, para discutir os próximos encaminhamentos em relação à PLR e demais lutas da categoria. A direção da Federação irá pautar também a discussão de uma mobilização nacional, em apoio e solidariedade aos trabalhadores da Replan. No entendimento da FUP, além da dobradinha ser um direito de todos os petroleiros de turno, o ataque que a Petrobrás está fazendo contra os trabalhadores da Refinaria de Paulínia coloca em risco outros direitos da categoria. 

 

Entenda a luta dos petroleiros da Replan

Os petroleiros de Paulínia (SP) entraram em greve à zero hora de segunda-feira, 02, para pressionar a Petrobrás a cumprir decisão judicial referente ao extraturno (pagamento em dobro dos feriados trabalhados). Em 1999, os trabalhadores da Replan, através de ação judicial ganha pelo sindicato, mantiveram o pagamento do extraturno, que foi usurpado da categoria por meio de uma indenização proposta pela Petrobrás durante o governo neoliberal do tucanato. De lá para cá, a dobradinha continuou sendo paga a todos os petroleiros de turno da refinaria, inclusive os que foram admitidos posteriormente. A Petrobrás agora quer cortar este direito dos trabalhadores admitidos após 1999, mantendo o extraturno somente para quem foi contemplado na época pela ação do sindicato. A greve está prevista para seguir até a meia noite de sexta-feira, 06, caso a empresa não volte atrás nesta decisão arbitrária.