Seminário é pontapé de parceria entre o MPT e a UNICAMP para enfrentar os transtornos mentais no trabalho e conta com o apoio de movimentos sociais e entidades sindicais como a FUP
[Da Comunicação da FUP]
Nos próximos dias 24 e 25 de maio, será realizado um Seminario que irá debater um assunto muito caro aos trabalhadores e trabalhadoras: o sofrimento mental e o suicídio relacionado ao trabalho. O Seminário é o pontapé inicial de um Projeto que une em parceria o Ministério Público do Trabalho e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e conta com o apoio de movimentos sociais e entidades sindicais, dentre elas a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
O projeto foi planejado para durar dois anos, e é organizado em três eixos: Estudos e Pesquisa, Políticas e Práticas e Formação e Educação Continuada. O eixo de Estudos e Pesquisa prevê dois seminários, o que acontece na próxima terça e quarta-feira é o primeiro.
Segundo a professora Márcia Bandini, do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, o primeiro seminário “é dedicado a fazer um diagnóstico situacional, onde nós estamos em relação a esses temas, fazendo uma mistura do conhecimento da academia e da prática e o conhecimento dos trabalhadores representados por seus sindicatos”.
Um dos destaques do evento será o “Painel de Experiências”, no qual trabalhadores de diversas categorias (petroleiros, educação, aeroviários, plataformas e policiais) irão apresentar suas perspectivas sobre as situações que levam aos empregados e empregadas a adoecer mentalmente no ambiente laboral.
Sobre essa participação da FUP e outras entidades sociais e sindicais, a professora afirmou: “É impossível falar de saúde do trabalhador sem envolver os trabalhadores e sua representação. A participação da FUP é muito importante, porque é exatamente ali onde se faz a junção entre os saberes, e a ideia é que esses saberes combinados deem a praxe para evitar e prevenir os transtornos mentais e os suicídios relacionados ao trabalho”.
O tema é altamente complexo, e por isso esse não é um evento isolado. A ideia dos coordenadores é que no final desses dois seminários seja possível abrir um Fórum Permanente para trabalhar a problemática. A professora Bandini conta com a participação da FUP e demais entidades: “Espero que continuem conosco nos eventos e no Fórum Permanente, para poder fazer propostas que sejam mais progressivas e protetoras para os trabalhadores”.