Representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosangela Buzanelli comenta novos nomes: “Todos são alinhados com o mercado”
[Por Andreza de Oliveira, da imprensa do Sindipetro SP]
Na última quarta-feira (13), os acionistas da Petrobrás se reuniram na Assembleia Geral Ordinária para votar uma série de temas, incluindo a nova composição do Conselho de Administração (CA) – principal instância da companhia. Também foi referendado o novo presidente da empresa, indicado pelo governo, o engenheiro José Mauro Coelho. A cerimônia de posse aconteceu na quinta-feira (14) sem a presença da imprensa.
Além do novo mandatário, outros nove nomes foram eleitos para integrar o CA. Das oito indicações do governo, considerando José Mauro Coelho, seis foram aprovadas: Márcio Weber, Luiz Henrique Carolli, Murilo Marroquim, Ruy Flacks Schneider e Sonia Villa Lobos, os dois últimos foram reeleitos.
Já para tratar dos interesses dos acionistas minoritários, foram eleitos Juca Abdalla, Francisco Petros, Marcelo Mesquita e Marcelo Gasparino, este último foi reeleito. Com isso, os investidores privados tomaram uma das cadeiras que era do governo.
Detentora da 11ª cadeira, Rosangela Buzanelli é geóloga de carreira da Petrobrás e representante dos petroleiros no CA. Ela considera arriscado o movimento dos acionistas minoritários.
“Essa perda de cadeira da União representa o avanço dos investidores privados no capital social da Petrobrás, é algo muito preocupante. Em 2020, eles ocupavam três cadeiras. Em 2018, eram duas para representar os minoritários, que agora vemos que nem são tão minoritários assim”, comentou a representante.
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Para Buzanelli, dos novos nomes anunciados, inclusive pelo governo, não há mudanças. “Dos novos conselheiros não da pra esperar nada diferente do que se tem visto até aqui. Todos são nomes alinhados com o mercado e mantêm a visão levantada em 2016, de que a empresa só tem o papel de dar lucro, ignorando toda a responsabilidade social”, apontou a geóloga.
Ainda na votação dos novos conselheiros, estava prevista a discussão sobre a reforma do estatuto social da Petrobrás, que foi adiada. “Não sei o motivo que levou à retirada de pauta, mas acredito que tenha sido pela falta de tempo hábil, já que a disputa para o conselho foi acirrada e terminou de madrugada”, sugeriu Buzanelli.
Por fim, os acionistas ainda aprovaram o demonstrativo financeiro do ano passado, que inclui lucro de R$ 106,6 bilhões e dividendos de R$ 101,39 – destinada justamente aos próprios acionistas.