Com o tema “Por soberania e Democracia. A Petrobrás é do Povo!”, o XI Congresso dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia, que teve início na noite de segunda-feira, 4, prossegue até sábado, 9 de abril, de forma hibrida. Temas como privatizações, reestruturação do setor petróleo, resgate da soberania nacional, saúde do trabalhador, segurança, Petros, AMS e questões de gênero estão sendo debatidos pelos trabalhadores (veja aqui a programação completa).
O evento foi aberto com as presenças de representantes do movimento sindical, social e da juventude e ainda de centrais sindicais e partidos progressistas. A importância das eleições de outubro de 2022, a luta pela redemocratização do Brasil e para garantir a soberania do país, assim como a necessidade de reverter o desmonte da Petrobrás na Bahia e no Nordeste, foram assuntos presentes nas falas de todos os convidados que compuseram a mesa de abertura do evento.
O Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, lembrou que o movimento sindical alertou sobre o que estava por trás do golpe contra a presidenta Dilma, “um projeto da destruição nacional”. Para ele, ”este ano a tarefa prioritária dos petroleiros, e dos brasileiros em geral, é restabelecer a democracia com o presidente Lula eleito e empossado. A luta corporativa se dará no plano da luta pela democracia”, afirmou.
A presidenta da CUT Bahia, Leninha Oliveira falou sobre a importância da categoria petroleira e do Sindipetro Bahia e alertou que a tarefa do movimento sindical não é pequena. E isto, ressaltou a presidenta, “está sendo refletido no próprio congresso dos petroleiros, um congresso de seis dias porque há muito a se debater, assuntos que vão além da pauta corporativa da categoria”.
O Diretor de Comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa foi enfático. Para ele, a classe trabalhadora tem que ter lado e participar da política, pois é através da política que a vida de cada um é decidida. Ele também ressaltou o fato do SIndipetro ser um sindicato cidadão que busca estabelecer relações com os mais variados atores. “Este sindicato está além das fronteiras do petróleo. Hoje dialogamos com diversos setores na perspectiva de contribuir com o processo social e o restabelecimento da democracia”, afirmou.
Análise de conjuntura
O economista e ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli fez uma análise de conjuntura sobre a atual situação da estatal. Ele comentou o fato de o presidente Bolsonaro ter indicado um lobista de multinacionais, Adriano Pires, com conflitos de interesses, para comandar a Petrobrás. Para ele isso é “um reflexo da força da corporação petroleira. A conjuntura mostra as dificuldades que uma política de desmonte da Petrobrás encontra pela própria natureza da estatal e pela força que a empresa tem de resistir e reagir”, opina.
Para Gabrielli, reverter a situação na Petrobrás é uma das tarefas fundamentais para o próximo governo. “Mas sem organização, sem união do governo com a sociedade e sem uma mudança no quadro nacional dificilmente a gente consegue reverter esse quadro de desmonte que estamos vivendo”, opinou.
[Da imprensa do Sindipetro BA]