Além dos diversos interesses do setor privado defendidos por Pires, ele trabalhou no Congresso no ano passado pela aprovação da lei do gás, com artigos favoráveis às distribuidoras
[Da Revista Fórum, com informações da coluna de Malu Gaspar ]
O economista e consultor Adriano Pires, que atuou como lobista e tem defendido a privatização da Petrobras, não vai mais assumir a presidência da estatal. Ele comunicou o Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira (4), que desistiu do cargo. Adriano havia sido indicado pela Presidência da República na semana passada, para substituir o general Joaquim da Silva e Luna.
Ele alegou conflito de interesses para recusar o cargo. Entre os clientes de Pires está o empresário e sócio de distribuidoras de gás Carlos Suarez. Outros clientes do consultor são associação do setor (Abegás), da Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto, e de diversas outras empresas do setor.
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O motivo alegado por Pires foi o mesmo que levou Rodolfo Landim a não aceitar a presidência do conselho da estatal. Ele trabalhou no Congresso no ano passado pela aprovação da lei do gás, com artigos que eram do interesse das distribuidoras.
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Pires tem sido pressionado nos últimos dias a revelar quem são seus clientes, mas não o faz sob a alegação de que está em período de silêncio em razão da indicação para a Petrobras.
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Na quarta-feira passada, os relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico de Pires e de Landim foram apresentados ao ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e a técnicos da Corregedoria-Geral da União. Os dois ficaram assustados com o que leram.
Os documentos apontam que os dois teriam dificuldades em passar pelos critérios do comitê interno que vai avaliar se eles têm ou não condições de ocupar os postos para os quais foram indicados.
Além disso, Landim e Pires teriam considerado que têm mais a perder do que a ganhar insistindo em ocupar seus postos na Petrobras.