A venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) ao grupo Atem por US$ 189,5 milhões mobilizou a categoria petroleira a realizarem ato de protesto na manhã desta sexta-feira (03/09) em defesa da refinaria. A venda da Reman e o histórico do grupo comprador comprovam o que o Sindipetro-AM, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e demais sindipetros filiados vêm alertando: o monopólio regional privado, que sem concorrência, irá beneficiar os interesses privados.
O ato teve a presença de movimentos sindicais e sociais, parlamentares do Amazonas, dos diretores e do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, e também dos coordenadores dos sindipetros de Minas Gerais, Norte Fluminense e Unificado de São Paulo.
O coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro destaca que a venda não foi finalizada e os atos continuam sendo necessários. “Nós realizamos nosso ato em defesa da Reman e da Petrobrás no Amazonas. Nossa refinaria ainda não foi vendida – o que aconteceu foi um pré-contrato, temos até o próximo ano para lutar. Então, nosso sindicato está atuando para evitar que a venda seja, de fato, realizada”.
O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, destacou que a Petrobrás é da população brasileira e exerce função social, desde sua criação a partir da campanha “O Petróleo é Nosso” e demais lutas da categoria ao decorrer dos anos.“A Petrobrás não é apenas da categoria petroleira, a Petrobras é da sociedade brasileira e vem sendo defendida desde a criação dessa grande empresa pública”.
Bacelar também destacou as lutas da categoria ao decorrer dos anos contra o desmonte do Sistema Petrobrás. “Fizemos greve para discutir a Petrobrás como queremos e desejamos: a Petrobrás como empresa pública, indutora da economia nacional, do desenvolvimento social e regional. Fizemos greve em momentos distintos mobilizando a categoria contra o desmonte. Não podemos baixar as cabeças e acreditar no que a gestão entreguista da Petrobrás diz”.
Apesar das ações intransigentes da gestão da Reman aplicadas contra os trabalhadores, principalmente os sindicalizados, houve atraso de turno na refinaria. Os trabalhadores permaneceram ativos durante o ato que iniciou por volta das 6h30 e terminou às 9h, com a entrada dos trabalhadores.
Com o processo de venda da Reman que também demonstra o seguimento do plano entreguista, atos de paralisação também ocorreram em outras bases da Petrobrás. Houve mobilização na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná, na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco e na Refinaria de Capuava (Recap) em São Paulo.
Venda da Reman
A Petrobrás anunciou a venda da Reman ao grupo Atem no último dia 25 de agosto. Segundo pesquisas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o preço de venda é 70% abaixo do valor de mercado.
A venda da Reman, a segunda refinaria do Sistema Petrobrás a ser vendida, marca a saída total da Petrobrás do Amazonas e a continuidade do processo de venda das demais refinarias à venda no Brasil a preço de banana impactando trabalhadores e a população.
[Da imprensa do Sindipetro AM]