Trabalhadores da PBio em Montes Claros (MG) rejeitam por unanimidade proposta da empresa

Realizadas nos dias 28 e 29 de julho, as assembleias de trabalhadores da Petrobras Biocombustível (PBio) decidiram, com 100% dos votos, pela rejeição da proposta da empresa e pela aprovação da proposta dos trabalhadores.

As assembleias aconteceram presencialmente e com boa participação. Segundo o coordenador do sindicato, Alexandre Finamori, que participou das votações em Montes Claros, na Usina Darcy Ribeiro, a “categoria compreende muito bem o período e o desafio que está colocado. Além da rejeição da proposta desrespeitosa feita pela empresa, a disposição para a luta e um retorno de greve foi reafirmado”, afirma.

“Além de não aceitar a proposta da empresa, ficou claro também que a categoria não aceitará sem luta o desmonte da PBIO e a demissão dos trabalhadores”, reforçou.

Quais eram as propostas:

No dia 28 de junho, uma audiência de conciliação sobre a greve da PBio foi realizada no Tribunal Superior do Trabalho. Por meio de videoconferência, participaram os sindicatos representativos dos trabalhadores – Sindipetro MG, Sindipetro BA e Sindipetro RJ – e a Petrobras Biocombustível (PBio).

No dia (17), os sindicatos haviam protocolado uma proposta para a ministra Delaíde Miranda Arantes, relatora do processo no TST, em relação aos dias de greve. A proposta pedia a devolução imediata dos descontos feitos de 20 de maio a 03 de junho, assim como seus reflexos em relação aos dias de férias. A proposta sugere que a remuneração seja feita em cinco dias após a homologação do acordo.

A empresa apresentou uma contraproposta que previa que sete dias da paralisação fossem abonados e sete compensados. “É preciso rachar os prejuízos, alguns irreversíveis para a PBio”, disse a advogada da empresa, em matéria do site do TST.

Os sindicatos rejeitaram a proposta e reforçaram que o salário dos trabalhadores é fundamental para a vida e a dignidade. Em contraproposta, os sindicatos pediram o abono dos dias parados em três vezes, sem repercussão nas verbas de natureza salarial.

“A empresa não quis negociar. Foi uma reunião dura, com intransigência por parte da PBio, que desconsiderou os esforços de mediação do TST e do MPT”, avalia Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro MG. “Eles chegaram a sugerir que houvesse uma cláusula que nos impedisse de fazer greves futuras. Como se eles fossem também garantir em cláusula a garantia de todos os direitos”, exemplifica.

O advogado da FUP Adilson Rodrigues lembra ainda que houve uma tentativa de implicar multa aos sindicatos, por exercerem seu direito de greve. “A juíza pediu que as partes fizerem propostas. Fizemos uma proposta pedindo o pagamento dos dias de greve, que os grevistas não fossem punidos nem discriminados, com o compromisso de encerrar a greve. A empresa se manteve praticamente irredutível, ratificando o entendimento dela que houve prejuízo para a PBio e que os dias devem ser descontados. E queria voltar a discutir a multa, mas a própria ministra do TST e o procurador do MPT entendem que não é para ser discutido isso nesse momento, pois não houve condenação aos sindicatos e trabalhadores. E houve cumprimento da decisão judicial”, contextualiza.

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[Da imprensa do Sindipetro MG]