Representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindipetro Bahia, se reuniram com o gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e a Coordenadora de Saúde Ocupacional da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na manhã da sexta-feira (16), para tratar sobre questões relacionadas à segurança industrial, saúde mental e problemas que dizem respeito à empresa Impaktus, admitida pela Petrobras para atuar na contratação de bombeiros civis nas refinarias da estatal.
As entidades sindicais falaram sobre as investigações do Ministério Público Federal em relação à Impaktus, que, inclusive, foi tema de matéria do Sindipetro Bahia, mostrando a condenação da empresa em processo no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A gerência não quis se aprofundar sobre o assunto, mas debateu e apresentou respostas para as outras questões expostas pelos dirigentes sindicais. Veja a seguir:
Redução do efetivo mínimo da segurança industrial
As entidades sindicais alertaram, mais uma vez, para o perigo da redução do efetivo mínimo operacional, o que vem gerando uma série de problemas. com relação à resposta a emergência. Há uma previsão da RLAM de redução de seis para três técnicos de segurança, por turma de turno, na expectativa da empresa Impaktus, através do contrato de bombeiro civil, assumir essas emergências, o que não é possível pois eles não sabem operar as viaturas de combate a incêndio e não têm condições técnicas para atuar em emergências.
O gerente de SMS ouviu as argumentações dos representantes dos petroleiros e se comprometeu a não mexer no efetivo das turmas de turno da segurança industrial “porque sabe da importância do controle de emergência, que é a última camada de proteção que a refinaria tem”.
PDV e baixo efetivo operacional
Foi abordada também a questão do Programa de Demissão voluntária (PDV), que está levando à saída de muitos técnicos de segurança experientes. As entidades sindicais apresentaram a proposta de adiar o desligamento daqueles que ainda querem permanecer na empresa, o que pode amenizar o problema do efetivo mínimo, ajudando no controle dos acidentes.
Outra proposta foi a de atrair para a RLAM alguns técnicos de segurança de unidades do Norte e Nordeste da Petrobrás que tenham interesse em se mudar para a Bahia.
O gerente se mostrou simpático às propostas e disse que vai tentar buscar informações junto ao RH para ver se é possível resolver esta situação.
Brigada de emergência
A brigada de emergência da RLAM está há quase dois anos sem treinamento. Os técnicos com mais experiência estão saindo da empresa, restando aos mais jovens o ônus de assumir o controle de emergências sem o treinamento adequado. A situação foi colocada pelas entidades sindicais, que pediram uma explicação para a demora da capacitação para que os trabalhadores possam atuar nas emergências, de forma segura.
A gerência alegou que o atraso no treinamento se deu devido à pandemia da Covid-19 e que a situação deve ser regularizada neste segundo semestre. Diante, disto, o Sindipetro e a FUP orientam aos trabalhadores a se recusarem a fazer parte da brigada (hoje são 18 brigadistas sem treinamento adequado), pois não há como combater emergências sem treinamento.
Saúde mental
As entidades sindicais ratificaram a importância da contratação de assistentes sociais e psicólogos para que façam parte do quadro da saúde ocupacional da refinaria, principalmente levando-se em conta as pressões que os trabalhadores vêm sofrendo desde a desmobilização que a direção da Petrobras vem fazendo nas unidades da estatal na Bahia. As pressões e inseguranças provocadas pelas mudanças e medo da perda do emprego, têm levado ao adoecimento mental na RLAM, como ficou comprovado nas investigações feitas pela Auditoria Fiscal do Trabalho e pelo Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat) sobre as causas que levaram ao suicídio de um trabalhador da refinaria, no ambiente de trabalho.
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]