A revista Veja publicou recentemente informação importante a respeito do dono da Precisa Comercialização de Medicamentos, o empresário Francisco Maximiano, representante no Brasil do laboratório indiano que fabrica a vacina Covaxin. A empresa está no centro das investigação da CPI da Covid, por ter intermediado a compra de 20 milhões de doses do imunizante por um valor 1000% maior que o de seis meses atrás.
A Precisa também está sendo investigada pelo Ministério Público do DF por suspeita de superfaturamento de testes de Covid-19, em uma licitação que teria sido vencida de maneira fraudulenta.
Acontece que Maximiano, o dono da Precisa, não é um completo estranho para a Petrobrás. Ele é proprietário da Global Gestão em Saúde, empresa que foi multada em 2015 pela Petrobrás em 2,33 milhões de reais por irregularidade na gestão do Benefício Farmácia, conforme apontou a reportagem de Veja. A Global na época era responsável pela operacionalização do programa de descontos e subsídio de medicamentos para os beneficiários do programa de assistência de saúde (AMS) mantido pela estatal.
O contrato com a Global foi encerrado pela Petrobrás após seis meses de execução. Uma auditoria constatou que houve fraude contratual. A irregularidade, segundo a estatal, ocorreu quando a Global passou a utilizar um sistema que “limitava as operações por parte dos usuários”.
As irregularidades da Global e sua péssima gestão do Benefício Farmácia foram amplamente denunciadas e questionadas pela FUP e seus sindicatos nas reuniões da Comissão da AMS realizadas na época.
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A gestão da Petrobrás divulgou nota explicando que a fraude contratual praticada pela Global consistia em causar deliberadamente indisponibilidades no seu sistema que autorizava a aquisição de medicamentos por parte dos beneficiários nas redes de farmácias credenciadas, limitando a execução do contrato em seu favor ou limitando a utilização dessa linha de serviço contratual (aquisição de medicamento na modalidade rede de farmácias).
E não para por aí. Ainda segundo a Veja, a Global possui outros problemas com a justiça. É, por exemplo, ré em uma ação na Justiça Federal, na qual o Ministério Público pede a devolução de 20 milhões de reais por medicamentos que foram pagos, mas não foram entregues ao Ministério da Saúde.
[Com informações do Sindipetro-ES e edição da FUP]