Em greve desde o dia 20, os trabalhadores da Petrobrás Biocombustível continuam recebendo o apoio dos petroleiros e de diversas outras categorias e movimentos sociais. Nesta terça-feira, 25, a luta em defesa da subsidiária e dos empregos foi amplificada nas mobilizações de solidariedade que contaram com a participação dos trabalhadores dos terminais da Transpetro, outra empresa do Sistema Petrobrás ameaçada de privatização.
Trabalhadores do terminais de Senador Canedo (foto acima) e de Barueri (foto abaixo), bases do Sindipetro Unificado de São Paulo, participaram de setoriais nesta terça, em apoio à greve dos petroleiros da PBio.
A Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) também publicou nota de solidariedade aos trabalhadores da PBio, convocando “todas as organizações da classe trabalhadora brasileira a se mobilizarem contra os ataques aos direitos trabalhistas a ao entreguismo de Bolsonaro, que neste momento vende a preço de banana empresas estratégicas para o país, como as refinarias e subsidiárias da Petrobras e também a Eletrobras”. Leia a íntegra da nota abaixo.
No Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco, também houve mobilização em apoio à greve na PBio (foto acima).
A greve na PBio segue por tempo indeterminado e conta com forte adesão nas áreas operacionais, incluindo os supervisores das usinas. No escritório da subsidiária, no Rio de Janeiro, mais de 80% dos trabalhadores sem funções gerenciais também participam da paralisação.
Leia também: Dia Nacional de Luta em defesa da PBio mobiliza trabalhadores e movimentos sociais nesta segunda
A greve é pela manutenção dos empregos e também denuncia os impactos da saída da Petrobrás do setor de biocombustível. Mesmo sendo concursados, os trabalhadores da PBio estão com seus empregos ameaçados, diante do processo avançado de privatização da subsidiária. A gestão da Petrobrás alega “impossibilidade jurídica” para atender a reivindicação da FUP e dos sindicatos de transferência dos trabalhadores para outras unidades do Sistema, caso a venda das usinas se concretize.
Nota da POCAE em solidariedade aos trabalhadores em greve da PBio
A Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) manifesta todo o seu apoio e solidariedade à greve dos/as trabalhadores/as petroleiros/as da PBio – Petrobras Biocombustíveis. A greve, por tempo indeterminado, foi deflagrada no dia 20 de maio, paralisando as atividades nas usinas de Candeias (BA), Montes Claros (MG) e na sede administrativa da subsidiária no Rio de Janeiro. O objetivo da greve é barrar a privatização da PBio, anuciada em julho de 2020, e garantir o emprego e os direitos dos/as trabalhadores/as dessas unidades.
Leia também: Reveja o ato virtual que reuniu lideranças sociais em defesa da Petrobrás Biocombustível
A PBio, fundada em 2008, é uma das maiores produtoras de biocombustíveis do país, produzindo biodiesel a partir da produção da agricultura familiar de oleaginosas, gordura animal e óleos residuais. É uma empresa estratégica, que possibilitou a diversificação produtiva da Petrobras e executa uma política nacional de transição energética, produzindo energia por outros meios que não a de origem fóssil, uma tendência em todo mundo. A PBio representa a construção de um futuro que prioriza e concilia o desenvolvimento social com a responsabilidade ambiental.
O Governo Bolsonaro, neste momento grave de crises sanitária, econômica e ambiental, invés de insistir na privatização das empresas públicas deveria priorizar a efetivação da vacinação, do auxílio emergencial e outras medidas que garantam dignidade ao povo e contribuam para a construção de um futuro justo e melhor, social e ecologicamente. A venda da PBio é mais um dos crimes de Bolsonaro contra a soberania nacional, é um processo de saqueio e pilhagem de patrimônio público e só beneficiará os grupos privados que dão sustentação ao governo.
Com isso, a POCAE expressa toda solidariedade e apoio aos/às petroleiros/as em greve e convoca todas as organizações da classe trabalhadora brasileira a se mobilizarem contra os ataques aos direitos trabalhistas a ao entreguismo de Bolsonaro, que neste momento vende a preço de banana empresas estratégicas para o país, como as refinarias e subsidiárias da Petrobras e também a Eletrobras.
Devemos seguir mobilizados para que estas empresas sejam 100% públicas, e que cumpram seu papel de impulsionar a construção de um futuro com soberania e um desenvolvimento justo, com destinação de recursos para a saúde, educação, ciência, tecnologia, incentivo a alternativas energéticas, emprego e direitos pro povo brasileiro.
Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia