Além de promover o desmonte da Petrobras, a atual gestão da estatal, aliada ao governo de Bolsonaro, trabalha para prejudicar os 150 trabalhadores concursados que atuam na Petrobras Biocombustível (PBio) e dependem do emprego para o sustento de suas famílias.
O motivo para as demissões: uma “impossibilidade jurídica” no modelo de venda da subsidiária da Petrobras. Uma desculpa, usada como justificativa para quebrar a promessa de realocação dos trabalhadores feita pela empresa em 2019.
A injustiça é tão grande que motivou a participação total dos trabalhadores das unidades operacionais da Petrobras Biocombustível na greve em defesa dos empregos dos petroleiros e contra a privatização da subsidiária, iniciada no dia 20 de maio.
“A greve reivindica a manutenção dos empregos dos trabalhadores concursados da PBio, que já receberam todo o treinamento para atuar na empresa e ouviram, em 2019, a falsa promessa de que seriam realocados a outras áreas do Sistema Petrobras em caso de venda da subsidiária”, explicou o coordenador do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori.
Em negociação com a Petrobras, o Sindipetro/MG solicitou que a empresa volte atrás e coloque em seus planos a realocação dos trabalhadores caso a venda da PBio seja concluída. Porém, a empresa preferiu usar o modelo de venda da PBio como uma muleta para justificar sua decisão.
No informe enviado ao Sindicato, a empresa afirma que “tendo em vista que o modelo de negócios adotado para o desinvestimento da PBio consiste na venda do controle acionário da subsidiária e saída do setor de Biodiesel, conforme planejamento estratégico da Petrobras, a solicitação do Sindicato esbarra em impossibilidade jurídica, já que não cabe sucessão dos contratos de trabalho pela Petrobras. Informamos que, conforme o modelo de negócio adotado pela Controladora, haverá sucessão dos contratos de trabalho da PBIO pelo comprador.”
“Sabemos que a transferência dos mais de 150 trabalhadores e trabalhadoras da PBio para serem demitidos pelo comprador é uma decisão gerencial e não limite legal. Se a empresa já alternou o modelo de venda por mais de uma vez, se for necessário, que alterne novamente e mantenha os empregos”, argumentou Finamori.
Não é só com o movimento paredista que a categoria petroleira está lutando por seus empregos e contra a privatização da Petrobras Biocombustível. Além da greve, teremos audiências públicas na Câmara Municipal de Montes Claros e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater sobre os prejuízos da privatização da Petrobrás Biocombustível, com apoio de parlamentares de Minas e da região.
Além disso, os representantes da categoria petroleira ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) estão em constante diálogo com parlamentares da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, no Congresso Nacional.
O Sindipetro/MG também entrou com ações em órgãos competentes da Justiça para denunciar a ilegalidade da venda das subsidiárias da Petrobras, que estão sendo realizadas sem o devido processo licitatório, em claro desvio de finalidade.
[Da imprensa do Sindipetro-MG]