Operador da Rlam de 55 anos é mais uma vítima fatal de Covid-19 na Petrobrás. Sindipetro Bahia denuncia a gerência da refinaria por responsabilidade na morte do trabalhador que, apesar de ser grupo de risco, foi mantido em trabalho presencial
[Nota do Sindipetro BA]
O Sindicato dos Petroleiros do Estado da Bahia lamenta profundamente o falecimento do companheiro Carlos Alberto. Carlos faleceu no domingo (7), por volta das 10h30 no Hospital Aliança, devido a complicações relativas à Covid-19. Técnico de Operações, lotado na CAFOR e muito popular e querido pelos colegas, Carlos deixa mulher e filha. O sepultamento ocorrerá na cidade de Paulo Afonso.
Carlos é mais uma vítima, dessa vez fatal, da irresponsabilidade da Gerência Geral da Refinaria. Com 55 anos, 33 de empresa, Carlos tinha comorbidades, e a RLAM deveria ter identificado que o companheiro era grupo de risco e te-lo colocado em teletrabalho. Informações não faltaram, pois ele ja havia tido um grande problema de medula, passando por diversas procedimentos médicos e cirurgias, chegando a ficar afastado muito tempo das suas obrigações, ou seja, a gerência tinha conhecimento que ele era grupo de risco. Vários fatos sinalizavam que ele deveria estar afastado.
Durante nosso primeiro ato de greve, no dia 18 de fevereiro, a gerência obrigou a permanecer dentro das dependências da refinaria um excedente fora da normalidade, afim de enfrentar o nosso movimento grevista legítimo. Portanto, num ato de irresponsabilidade, e porque não dizer criminoso, o gerente geral da RLAM expôs desnecessariamente a vida de centenas de companheiros e companheiras sem medir as consequências. Carlos foi contaminado neste dia.
E mesmo com o alto índice de contaminação pela Covid-19, a gerência da RLAM havia informado, em reunião no dia 26, que iria manter a data da parada de manutenção na refinaria, apesar de admitir que pela Norma Reguladora, a parada poderia ser adiada e que só depois de uma série de denúncias feitas pelo nosso sindicado sobre surto interno da Covid-19 na refinaria em diversos meios de comunicação do estado, a Petrobrás adiou parada de manutenção da RLAM.
A CIPA da RLAM discutiu e debateu esse assunto na unidade intensamente, aprovou e fez várias solicitações à gerencia, às quais, não foram atendidos conforme relatórios anexos. Demonstrando o grau de compromisso que a atual gestão da Petrobrás tem com as nossas vidas.
Sobra irresponsabilidade na forma de gerir a unidade num momento tão delicado como esse. Faltam critérios firmes. Falta conhecer e acompanhar a saúde dos trabalhadores próprios e também terceirizados, pois podem estar na mesma situação, correndo risco de morte, num ambiente em que a direção não toma nenhuma medida protetiva para seus trabalhadores.
O Sindipetro Bahia vai buscar responsabilizar criminalmente a gerência da refinaria diante da morte do companheiro Carlos Alberto, assim como estaremos mobilizando os trabalhadores próprios e terceirizados, além de cobrar que medidas efetivas de proteção a vida sejam adotadas em toda RLAM.