[Da imprensa do Sindipetro Unificado SP]
Em meio a crise sanitária mundial de covid-19, a gestão da Refinaria de Paulínia (Replan) – a maior em capacidade de processamento da Petrobrás – introduziu algumas mudanças inevitáveis e necessárias para o enfrentamento da pandemia. Contudo, também estabeleceu alterações questionáveis, como por exemplo a diminuição no tempo dos encontros mensais da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Previamente, os encontros para discutir a segurança dos trabalhadores e da refinaria costumava ter duração média de 3 horas mensais. Após a pandemia, as conferências, que agora são realizadas digitalmente, possuem apenas uma hora de duração mensal.
Para Leandro Braga, petroleiro dirigente do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) e participante da comissão, determinados assuntos acabam não sendo abordados nos encontros por falta de tempo. “As reuniões estão fluindo bem, mas muitas demandas acabam ficando de lado por causa dessa redução do horário”, afirma o trabalhador.
Houve também uma redução na quantidade de suplentes participando das conversas, visto que, de acordo com o novo modelo de reunião online, a participação não é obrigatória.
Ainda, com o fim da vigência da medida provisória 927, que alterava as regras trabalhistas durante o período da pandemia, algumas exigências administrativas também foram cessadas, dentre elas a suspensão dos processos eleitorais e novos mandatos da CIPA.
Contudo, até o momento não houve e nem foi discutida a posse dos novos participantes eleitos da comissão, que estava prevista para este ano. Assim, somente os suplentes que foram empossados na última eleição podem participar das reuniões atuais.
Mudanças para o acionamento do alarme
Outra mudança que ocorreu foi com o padrão para o acionamento do alarme da empresa (também descrito como tífon). Previamente, qualquer operador da Replan que se deparasse com alguma situação ou incidente poderia ativar a sirene para mobilizar e alertar as brigadas e equipes de segurança.
Agora, com a reformulação, somente o supervisor da unidade de segurança ou coordenador de turno (cotur) pode ativar o alarme. “É uma revisão estranha nos padrões de acionamento porque para obter uma resposta eficaz à emergência é necessário que se tenha uma rapidez na mobilização, e para mobilizar a refinaria é necessário que se toque o alarme”, opina operador da área de Segurança Industrial, que preferiu não se identificar.
Ainda, para o petroleiro, a mudança por parte da Replan talvez não tenha sido bem avaliada, pois colocar todos os que estiverem dentro da refinaria em estado de alerta, posicionar a brigada em direcionamento à Segurança Industrial para o auxílio e combate ao incidente e alertar a população que estiver no entorno da empresa representam as três funções básicas que o acionamento do alarme possui.
[Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil]