O governo do Irã enviou cinco navios petroleiros à Venezuela, com 1,5 milhão de barris de gasolina, um carregamento estimado em 45,5 milhões de dólares com combustíveis e reagentes químicos usados no refino do petróleo.
No entanto, o governo de Donald Trump, que impõe sanções econômicas tanto ao Irã, quanto à Venezuela, sinalizou que tentaria interceptar as embarcações, que partiram da costa de Bandar Abbas no dia 12 de maio.
Em plena pandemia, o país sul-americano sofre com a escassez de gasolina, o que agravou a profunda crise econômica e humanitária que o país enfrenta, levando o governo de Nicolás Maduro a firmar um acordo com o Irã para obter combustível.
Há anos, a Casa Branca impõe uma política de sanções à Venezuela, na tentativa de forçar a queda de Maduro, com medidas que proíbem, por exemplo, a realização de negócios com a PDVSA, a petrolífera estatal venezuelana. E é exatamente isso que o governo iraniano, também sujeito a sanções dos EUA, está tentando fazer.
Para garantir a chegada dos navios petroleiros, o governo de Nicolás Maduro anunciou que fará a escolta das embarcações iranianas, assim que entrarem na zona econômica exclusiva da costa do país.
Segundo agências internacionais de notícias, as Forças Armadas da Venezuela realizaram testes de mísseis na quinta-feira, 21, em La Orchila, uma ilha no norte do país do Caribe.
Irã e Venezuela se unem contra Trump
A Venezuela tem capacidade de refinar cerca de 1,3 milhão de barris por dia, mas o parque de refino depende de óleo leve para produzir gasolina. As importações que o país fazia por meio de sua subsidiária nos Estados Unidos, a Citgo, foram bloqueadas desde o início do ano passado, quando o governo de Donald Trump proibiu o comércio de petróleo com o país.
É também na Venezuela que se se encontra a maior reserva do combustível fóssil da atualidade, com 309 bilhões de barris de petróleo certificados. O Irã, por sua vez, é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, com uma produção de 1,9 milhão de barris diários, de acordo com a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
As duas nações mantêm relações diplomáticas há 18 anos, com acordos nas áreas petrolífera, industrial, ambiental, educacional, agrícola e científica.
Em abril, os presidentes Nicolás Maduro e Hassan Rohani acordaram criar uma frente comum contra as sanções, aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, durante a pandemia.
[FUP, com informações de agências internacionais de notícia | Foto: Federico Parra/AFP]