É grave a situação dos trabalhadores terceirizados que atuam em diversas unidades da Petrobrás, pois não está havendo fiscalização das gerências da estatal em relação à adoção dos procedimentos para a prevenção contra o novo coronavírus.
Além desses trabalhadores ficarem expostos, a negligência de muitas empresas terceiras e da Petrobrás, cria uma bola de neve de contaminação no ambiente de trabalho, atingindo a todos.
Um exemplo disso é o que está acontecendo nas plataformas do campo de Manati, localizado na Bacia de Camamu, na costa do município de Cairu, na Bahia. Nessas plataformas, muitos trabalhadores terceirizados estão entregues à própria sorte, pois há empresas que não estão distribuindo sequer as máscaras de proteção que são de uso obrigatório. A Petrobrás só distribui máscaras para os trabalhadores próprios.
Uma das vigilantes que faz a revista no hangar apresentou sintomas da covid e foi afastada. Mas já tinha circulado em diversos ambientes, tendo contato com outros trabalhadores. Outro problema detectado é a Campanha de Mergulho com apoio de embarcação. Na PMNT-1, há cinco trabalhadores acompanhando a campanha durante 24h.
Eles estão instalados em dois camarotes (sem janelas), cada um com quatro camas. O primeiro camarote é dos trabalhadores próprios da Petrobrás, que está ocupado por duas pessoas.
O segundo camarote é dos trabalhadores das empresas terceirizadas, onde dormem três pessoas. Cada camarote tem um banheiro. Quem está fazendo a higienização desses banheiros? Ela está sendo feita de forma correta ?
Além disso, não é possível dormir com a porta aberta devido ao barulho da produção da plataforma, que também não tem sequer área apropriada para higienizar as máscaras.
Testes
Nenhuma dessas pessoas fez o teste rápido da Covid -19 antes de serem confinadas em um local pequeno e sem ventilação.
O mínimo que a Petrobrás deveria fazer para evitar uma tragédia, que já está anunciada, é disponibilizar os testes rápidos da covid- 19, não só para os trabalhadores próprios, mas também para os terceirizados. Só assim poderia combater as chamadas contaminações cruzadas.
É muito fácil para a chefia ficar em casa em Home Office informando que não tem teste para fazer, enquanto pais de família estão se expondo para não parar a produção. Produção essa que já está sendo colocada a venda. Se não tem testes rápidos, providencie. Mande trazer do Rio de Janeiro, pois são vidas que estão sendo colocadas em risco.
Será que as gerências da Petrobrás não estão aprendendo com a contaminação de muitos dos seus trabalhadores? Estão esperando que alguém morra para tomar as providências?
Os trabalhadores e o Sindipetro têm muitas indagações e cobranças que têm feito a atual gestão da Petrobrás. Queremos saber, por exemplo, se a equipe de saúde realizou um embarque para fazer uma inspeção sanitária antes dessa campanha? E ainda se foi verificada a possibilidade de montar um local adequado para higienização, na plataforma. Enquanto isso, os trabalhadores aguardam a entrega de máscaras suficientes e de qualidade para todos e a realização dos testes.
O Sindipetro está procurando, novamente, a gerência da UO-BA para tratar sobre o assunto e também informar à Cipa o que está se passando no campo de Manati.
[Via Sindipetro Bahia]