Como ocorre desde os primeiros momentos do isolamento social, a base de Campinas do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, percorreu novamente organizações periféricas para entregar cestas de alimentos que beneficiarão as famílias de trabalhadores mais fragilizados pela pandemia de coronavírus.
Apenas nas duas últimas segundas-feiras (dias 4 e 11 de maio), 270 cestas de alimentos foram distribuídas a moradores do Parque Oziel, Jardim Santa Lúcia, São Marcos, Jardim São Fernando, Monte Cristo, Vila Boa Vista Parque Via Norte e no bairro Joana D´Arc.
As ações ocorrem em parceria com a organizações de comunidades locais como a CUFA (Central Única das Favelas), Quilombo Urbano, a Associação de Moradores do Monte Cristo e a do Jardim Santa Mônica, o Grêmio Recreativo São Fernando e a União Cristã Feminina. Em um dos locais, a Escola Padre Emílio Miotti, os alimentos são distribuídos às professoras que os repassam a famílias pré-cadastradas, priorizando aquelas em situação de maior dificuldade.
Para além da necessidade da atuação emergencial dos sindicatos de prestar suporte a toda a classe trabalhadora, inclusive aquela fatia composta por quem não possui registro em carteira, o movimento tem permitido um grande processo formativo, conforme aponta o diretor do Sindipetro-SP, Jorge Nascimento.
“Com a rotina do sindicato eu acabei me afastamento de ações como essa e a pandemia tem aberto meus olhos para coisas que estavam passando despercebidas, de como as pessoas estão vulneráveis. Há lugares em que chegamos no horário do almoço e a pessoas não sabem o que terão para comer o jantar, vivem a cada período. O número de desemprego está muito alto. Nós vínhamos antes do golpe que colocou o Temer no poder de governos que privilegiavam os mais pobres, que permitiam às famílias ter três refeições por dia e, com a pandemia, o retrocesso foi acelerado e se acentuou muito. Vemos muita gente sem perspectiva nenhuma”, explicou Jorge.
De olhos nos mais frágeis
O dirigente explica ainda que a escolha por um colégio como ponto de distribuição se deve à importância da escola para a periferia que vai além da educação.
“Nós vimos famílias que colocam na conta a merenda e ter a escola fecha onera muito. Então, nós propusemos que elas pudessem fornecer marmitas, inclusive, porque aí a refeição já estará pronta e evitará a aglomeração, o recebimento é mais rápido”, aponta.
Com o olhar voltado a todos os aspectos, o Unificado também tem buscado fortalecer a agricultora familiar ao adquirir alimentos orgânicos produzidos pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de pequenos comércios que trabalham com cestas básicas.
Em alguns locais, como o Gleba B, onde os corredores são estreitos e o período de calor torna praticamente impossível ficar em casa, ou onde o único meio de acesso a qualquer serviço é a caminhada, por conta de ruas onde veículos não passam, o sindicato também resolveu distribuir máscaras adquiridas de cooperativas de costureiras. A aquisição das sacolas para distribuição dos alimentos também seguiu esse critério.
Ajude a ajudar
O objetivo agora é manter essas ações nas próximas semanas e acrescentar também à distribuição de alimentos o fornecimento de botijões de gás de cozinha para quem tem sofrido com o isolamento social e a queda na renda por conta das restrições impostas pela epidemia da COVID-19.
Todo o dinheiro utilizado na compra dos produtos foi arrecadado com petroleiros da ativa e aposentados, mas para prosseguir nessa campanha, o sindicato precisa de sua contribuição.
Por isso, novamente convidamos nossa categoria e companheiros que acreditam na unidade da classe trabalhadora para que possam no ajudar com o valor que puderem. Basta encaminhar a quantia para os dados disponibilizados nesta página.
Periodicamente, o Unificado fará a prestação de contas de tudo que foi arrecadado, com o registro de imagens e vídeos da distribuição dos produtos no site e nas redes sociais da entidade, que acredita no papel cidadão das entidades sindicais.
[Via Sindipetro Unificado SP]