Emanuel Menezes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), afirmou que as distribuidoras receberam ordem para boicotar a venda
A ação que venderia gás de cozinha a R$ 40 nesta sexta, 14, em Fortaleza, sofreu boicote e não chegou a acontecer no local combinado. Às 8h30min, horário marcado para o início da ação, 200 pessoas já haviam feito cadastro prévio. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo (Sindipetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) pagariam a diferença de valor para as famílias.
“O cadastro é feito na União de Jovens do Vicente Pinzón. Leva documento e ganha senha no local. São 200 botijões, divididos entre comunidades do Serviluz, Castelo Encantado e Vicente Pinzón, onde essa associação atende”, explica Wederson Nascimento, integrante da Associação de Moradores do Serviluz. Segundo ele, o número de botijões subiu de 150 para 200 devido parceria entre a associação e o Sindipetro.
No entanto, durante o evento, o vice-presidente da Associação, Márcio Lima, recebeu a notícia de que as distribuidoras não estavam permitindo que os caminhões saíssem para entregar os botijões.
“Recebemos um chamado por conta de um caminhão quebrado e, chegando lá, foi informado o real motivo: as distribuidoras receberam ordens, não se sabe de quem, de boicotar a venda para esse ato”, completa Emanuel Menezes, diretor da FUP no Ceará.
Insatisfeito com a situação, João Paulo, um dos moradores cadastrados, lamentou o boicote. Ele já fazia planos com o dinheiro que economizaria. “Ficamos felizes, porque ia ser uma ajuda para nós. Já é um gasto a menos na feira da gente”, conta. Ele estava no momento que a má notícia chegou: “É uma vergonha o que estamos passando. É o efeito Bolsonaro, que quer privatizar tudo. Só sobra para nós pobres”, desabafa.
A fim de tentar amenizar a situação, os moradores das três comunidades cadastradas – Serviluz, Castelo Encantado e Vicente Pinzón – foram direcionados para a associação, onde vão receber, a partir das 13h, metade do valor de um gás de cozinha (R$ 40) para completar com o dinheiro que já tinham e conseguirem comprar o produto.
Segundo diretor da FUP, essa é uma forma do “povo não sair prejudicado”. “O sindicato vai manter um subsídio em dinheiro para que as famílias que se cadastraram não ficarem no prejuízo”, complementa. Ao O POVO, Emanuel contou que a ação nacional ainda não havia recebido notícias de boicote. O caso do Ceará foi a primeira.
[Jornal O povo]