Petroleiros em greve “dão um gás” aos trabalhadores, já que o Governo Federal dá as costas

 

Na tarde de hoje (05), em Araucária, o Sindipetro PR e SC e o Sindiquímica-PR uniram forças para mais uma mobilização em benefício da sociedade. Enquanto os petroleiros distribuíram cupons de desconto para o gás de cozinha no valor de R$ 30, os petroquímicos doaram feijão

A Praça da Bíblia, em Araucária, recebeu uma peregrinação de cidadãos com botijão de gás em mãos e em busca de desconto. Os 300 botijões que o Sindipetro PR e SC comprou para a ação acabaram em pouco tempo. A ação da entidade teve o objetivo de alertar a população sobre os prejuízos causados pela política de privatização da Petrobrás. Em vários estados do Brasil, os sindicatos subsidiaram o preço do gás de cozinha de 13 kg.

No ato em Araucária, a população começou a chegar por volta do meio dia e rapidamente lotou a praça, formando grande fila em frente à barraca dos petroleiros, onde eram trocados os cupons de R$ 30. Com o voucher em mãos, o cidadão pegava rapidamente seu botijão e recebia um quilo de feijão. Levando em consideração o preço médio de R$ 70 no gás na região, com a ação, os trabalhadores compraram o item por R$ 40.

Para o Sindipetro PR e SC, é possível vender o gás de cozinha a custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios. “Uma outra política de preços é possível, tanto para a gasolina e o diesel como para o gás de cozinha. Basta o Governo Federal barrar os aumentos sucessivos dos derivados do petróleo”, explicou Mário Dal Zot, presidente do sindicato.

Atualmente, a população brasileira é punida com a política de preços da atual gestão da Petrobrás, que segue a agenda de Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro. Ou seja, hoje a companhia acompanha o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar. O resultado são aumentos sucessivos, muitas vezes diários, para gasolina, diesel e gás de cozinha.

Na Praça da Bíblia, a voz do povo é a voz de Deus 

A greve dos petroleiros fecha o quinto dia nesta quarta-feira, com pautas claras: contra a demissão dos trabalhadores da Fafen-PR, pelo respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho e pela Petrobrás forte, promovendo desenvolvimento, gerando emprego e renda.

Sobre esse último ponto, uma coisa é certa: a desindustrialização irá promover um problema sem precedentes na região industrial de Araucária.

Sabendo disso, o Sindipetro PR e SC, através do Fórum de Defesa da Petrobrás, ouviu a população sobre o fechamento da Fafen-PR, o que eles acham do atual Governo Federal e o preço do gás de cozinha.

Todas as entrevistas foram ao vivo e de forma aleatória. Elas estão disponíveis na página do Facebook do Fórum de Defesa da Petrobrás.

Confira alguns relatos:

::Sobre a possibilidade de fechamento da Fafen-PR: 

“Sou terceirizado da Petrobrás. Ano passado, nós conseguimos trabalhar só 40 dias. Esse ano, que era para ter serviço, teve o fechamento da Fafen-PR. Isso é um absurdo, porque eu moro em Araucária desde o início da Petrobrás, meu filho cresceu e estuda para seguir o mesmo caminho que o meu e trabalhar nessa área, agora, nós não vamos saber o que vai acontecer. Todo ano nós tínhamos um dinheiro dali, era seguro, agora já perdemos a expectativa de trabalho” – *Luiz Carlos Lopes. 

:: Sobre o preço do gás de cozinha e o Governo Federal: 

“Deus o livre, está muito caro. Acho que nós temos que entrar no mato e juntar lenha e fazer fogo, porque não tem como mais. Difícil. Acho que o presidente (Bolsonaro), em vez de melhorar, piorou” – Sofia dos Santos.

“O preço do gás não está caro, está um absurdo. (Sobre a promoção) Ajuda muito, poderia ser constante, mas, para isso, tem que tirar o presidente” – Fernanda Guimarães.

:: Sobre a importância da ação dos sindicatos: 

“Essa promoção está muito boa. Porque muita gente está sem dinheiro para comprar gás e comida. Agora, já dá para comprar o botijão e ainda comprar uma carninha. Porque trinta reais de diferença já é uma ajuda” – Clara.

“Para mim ajuda muito. Sou aposentado e ganho uma mixaria. Até o feijão ajuda. O gás está muito caro, atrapalha na minha vida e de muita gente. Hoje, tudo está mais caro. Estão administrando muito mal o Brasil. Entraram dizendo que iam melhorar, mas está piorando. Tudo tá caro. Não tem nem como ter lazer com a família” – Antônio (Aposentado).

[Via Sindipetro-PR/SC]