Diante da ameaça da Petrobrás de fechar a Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR), e deixar sem emprego mil trabalhadores, os petroquímicos decidiram iniciar greve por tempo indeterminado. A paralisação terá início em 1º de fevereiro, e contará com a adesão de sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Em decisão unânime, durante assembleia extraordinária, nesta sexta-feira (24), os trabalhadores filiados ao Sindiquímica-PR aprovaram a adesão à paralisação.
A aprovação foi votada em frente à fábrica da Fafen-PR e não teve nenhuma posição contrária. “Todos os trabalhadores estão cientes da necessidade desta paralisação. Já estamos há cinco dias nos revezando, em turnos, para manter a fábrica funcionando e evitar seu fechamento. Precisamos resistir”, lembra diretor do Sindiquímica-PR, Santiago da Silva Santos.
A mobilização pressiona por explicações da Petrobrás sobre o descumprimento da cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), firmado com o Sindiquímica-PR. Ela proíbe a demissão coletiva sem diálogos com o sindicato; que foi exatamente o que houve.
“Soubemos das demissões pela imprensa. Foi uma imensa falta de respeito contra os funcionários. Queremos a garantia de empregos e iremos lutar sem descanso”, garante o diretor do sindicato.
Os trabalhadores de uma estatal não podem ser confundidos com funcionários de empresa privada. Mas a Petrobrás justifica as demissões afirmando que não há concursados na fábrica, que ela pretende fechar em abril. A direção da empresa finge esquecer que ao longo desses últimos anos diversos trabalhadores da Ansa/Fafen-PR foram cedidos para outras unidades do sistema Petrobrás, assim como funcionários da Petrobrás foram cedidos para a Ansa/Fafen-PR.
O processo de demissões está previsto para iniciar em 14 de fevereiro, com duração de três meses. Estão na lista, 396 funcionários diretos da companhia e 600 terceirizados.
No dia 29 de janeiro, após assembleias nos sindicatos que compõem o Sistema Petrobrás, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para definir os novos rumos da greve. Enquanto isso, continuam as ações políticas e jurídicas para impedir as demissões em massa e garantir o direito dos trabalhadores da Fafen-PR.
[Via Sindiquímica-PR]