Se nada for feito, a Base 61 da Petrobras em São Mateus será fechada nos próximos meses. A previsão é do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) Valnísio Hoffman, que participou na noite de 12/12 de audiência pública na Câmara Municipal. Ele afirmou que, agora, os protestos e manifestações pela permanência da empresa no Município estão nas mãos da população. De acordo com Valnísio, os petroleiros encontram dificuldades em fazem greves, ou protestos, devido às pesadas multas que são impostas pelo Tribunal Superior do Trabalho aos sindicatos da categoria.
Porém, conforme Valnísio, os petroleiros estão dispostos a buscar todos os meios possíveis para tentar impedir o que chamou de desmonte da empresa, inclusive recorrendo à Justiça que intervenha nos casos de transferências de empregados. O diretor sindical argumenta que a nova política da Petrobras serve apenas aos grandes investidores estrangeiros e, com isso, a empresa vem perdendo a verdadeira função social, que é fomentar o emprego e a geração de renda onde está instalada.
Ele afirmou que os trabalhadores da Base 61 estão sendo forçados a pedir transferência para outros postos e que as estruturas existentes na região, como as estações SM-8 e Fazenda Alegre, não absorvem 20% dos funcionários. De acordo com o diretor, ele foi comunicado por um gerente que o prazo para fechamento da base é até o final de 2020, mas teme que este prazo seja encurtado para o início do ano.
Economista aposentado da Petrobras, Claudio da Costa Oliveira argumentou, na palestra dele, que não há e nunca houve problema financeiro na Petrobras. O palestrante disse que foi surpreendido com as informações de que a empresa estava quebrada e buscou estudar os balanços, que são públicos. “Simplesmente disseram isso e passou a ser verdade. Mas a população ficou acreditando que tinha [problemas financeiros” – salientou.
A audiência foi convocada pela Câmara Municipal, por indicação da vereadora Jaciara Teixeira, que denunciou o que chamou de assédio moral contra trabalhadores da Petrobras, que, segundo ela, estão sendo pressionados a pedirem transferência, demissão ou aposentadoria. “A Petrobras está esquecendo o compromisso social. Só pensa no lucro do pré-sal. Não está considerando a importância que tem para nós” – justificou.