Em uma ação que pretende mostrar o valor justo do botijão de gás de cozinha de 13 kilos, o Sindipetro Bahia vai custear 300 botijões de gás, que serão vendidos à população pelo valor de R$ 50,00, cerca de 24% mais baixo do que a média do preço cobrado pelo produto, que em alguns bairros de Salvador já chega ao valor de R$ 85,00.
Desses botijões, 200 serão vendidos em Salvador, às 8h, no Vale da Muriçoca, na federação (Rua Sérgio de Carvalho 659), para as primeiras 200 pessoas que chegarem ao local, levando o comprovante de residência. Só será vendido um botijão por família.
A mesma ação será feita na cidade de Alagoinhas, na distribuidora Supergasbras, localizada no bairro de Santa Terezinha, onde serão vendidos, às 8h, 100 botijões de gás, valendo para a compra a mesma regra aplicada em Salvador.
O movimento pretende mostrar que é possível vender o gás de cozinha levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.
Desde 2016, a Petrobras vem sendo gerida como se fosse uma empresa privada e caminha a passos largos para a privatização de fato. Uma das principais mudanças que afetaram a população brasileira foi a alteração da política de preços da empresa que passou a acompanhar o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar, desencadeando aumentos sucessivos, que já chegaram a ser diários, da gasolina, diesel e gás de cozinha, sem haver nenhuma proteção ao consumidor.
Hoje o preço do gás de cozinha tem como referência o preço cobrado internacionalmente, incluídos diversos custos como frete marítimo, transporte interno e uma margem para riscos da operação.
O governo federal podia intervir ou subsidiar esses produtos, mantendo ainda uma larga margem de lucro para a Petrobrás, que tem como objetivo privilegiar os acionistas privados da empresa, além das revendedoras e distribuidoras, mas optou por não fazer. O povo não é a prioridade do governo Bolsonaro. Isso está a cada dia mais claro.
Preços tendem a aumentar ainda mais com venda das refinarias
A atual gestão da Petrobrás, que representa o governo de extrema direita de Bolsonaro está promovendo um grande desmonte na estatal. As distribuidoras de combustíveis (BR e Liguigás) já foram privatizadas. A FAFEN foi arrendada. O edifício Torre Pituba, está sendo desmobilizado, a PBIO está à venda, assim como muitas unidades dos Campos Terrestres.
A fase vinculante referente à primeira etapa de venda das refinarias já foi anunciada pela Petrobras no dia 22/11. Nessa primeira etapa foram oferecidas ao mercado as unidades Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Landulpho Alves (Rlam), na Bahia; Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
Com o anúncio, a atual gestão da estatal intensifica seu plano de desinvestimento, ou, traduzindo de forma correta, o processo de privatização e desmonte do Sistema Petrobras.
Com a venda da Rlam e da Transpetro, com seus quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos totalizando 669 km, a tendência é que os preços dos derivados de petróleo aumentem ainda mais.
É contra essa política que a FUP e o Sindipetro estão lutando.
Em 2014, quando o barril do petróleo valia 100 dólares, o litro da gasolina custava R$ 2,40. Hoje, o preço médio do barril é de US$ 70 e o litro da gasolina ultrapassa os R$ 5,00.
O fato é que o consumidor brasileiro ganha em real, mas paga os derivados de petróleo em dólar. Com a privatização das refinarias a situação tende a piorar. Muita gente não vai poder comprar o botijão de gás e quem tem carro vai ter de vender ou deixar na garagem.
[Via Sindipetro Bahia]