A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu nesta segunda-feira (11) a carta de renúncia do presidente Evo Morales, após sofrer um golpe de Estado.
“Minha responsabilidade como presidente indígena e de todos os bolivianos é evitar que os golpistas sigam perseguindo… Para evitar todos esses acontecimentos violentos e que volte a paz social, apresento minha renúncia”, afirmou Morales no documento.
O governo de Evo Morales reduziu a pobreza extrema na Bolívia a menos da metade, praticamente zerou o analfabetismo e reduziu o desemprego a 4%. “As elites latino-americanas não sabem conviver com a democracia e com a inclusão social e política dos mais pobres”, afirmou a CUT em nota condenando o golpe na Bolívia.
“Precisamos todos e todas rechaçar o que está acontecendo na Bolívia. Não podemos permitir que o fascismo chegue com força aqui na América Latina. A direita que não aceitou os resultados das urnas na Bolívia no dia 20 de outubro, desde então incita a população contra o governo Evo Morales e cria uma convulsão social, a ponto de termos mortes, casas incendiadas dos membros do governo e da própria irmã de Evo, lixamentos, ameaças de morte entre outras atrocidades, como só o fascismo pode entregar. Não podemos aceitar que isso tenha ocorrido e ocorra com o apoio do governo Bolsonaro”, afirmou o diretor da FUP, Deyvid Bacelar, em video postado em sua conta no facebook.
A prefeita Patricia Arce, do município de Vinto, ligada ao Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, foi sequestrada e torturada por milícias que apoiam o golpista Luis Fernando Camacho, na região de Cochabamba. Ela foi espancada, teve os cabelos cortados, o corpo pintado por tinta vermelha e foi obrigada a caminhar por três quilômetros de pés descalços,
Deyvid explica que Evo Morales renunciou para que mais sangue não seja derramado e para que as forças democráticas dos países irmãos possam dar o apoio necessário para que novas eleições sejam realizadas e, mais uma vez, progressistas vençam essas eleições, mantendo a Bolívia no rumo certo, reduzindo os índices de pobreza e analfabetismo e fazendo com que esse país continue crescendo.
Ele lembra que golpes de Estado são feitos para retirar direitos do povo e entregar as riquezas nacionais aos ricos, como fizeram no Brasil, após o impeachmente da ex-presidenta Dilma Roussef.
A conta está sendo paga com as privatizações de empresas estratégicas como a Petrobrás e a Eletrobrás e com a entrega do Pré-Sal e da Amazônia.
“Os militares e a direita derrubam Evo no momento em que a América Latina resiste ao neoliberalismo. A sanha golpista deve ser impedida. Sigamos juntos contra todas essas formas de retrocessos. Juntos somos mais fortes”, ressalta o diretor da FUP.
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