O Sindipetro Bahia convocou uma assembleia para segunda-feira, 16, com os trabalhadores próprios e terceirizados do edifício sede da Petrobrás em Salvador (Torre Pituba), cujo fechamento foi anunciado pela empresa. O objetivo é discutir novas estratégias de resistência em defesa da preservação dos empregos dos trabalhadores terceirizados e da manutenção na Bahia dos petroleiros próprios que estão na iminência de serem transferidos
A assembleia será às 16h, no Centro de Convenções do Hotel Fiesta (Av.ACM, 741, Itaigara).
A gestão da Petrobras já comunicou que irá demitir os 2,5 mil terceirizados que atuam no edifício e que a partir de novembro irá transferir para outros estados os 1,5 mil funcionários próprios.
O Sindipetro Bahia vem denunciando desde a posse da nova direção da Petrobrás e do governo Bolsonaro que a decisão da companhia não é financeira nem técnica, como eles alegam, mas política, e que vai representar um enorme prejuízo para a economia baiana e para a classe trabalhadora do estado.
“A Unidade de Operação da BA é um negócio de 3,5 bilhões de reais por ano. Não tem nenhuma empresa privada na Bahia que fature isso. A UO-BA para a Petrobrás é pequena, mas para a Bahia é grande, gera aqui 7 mil empregos diretos e indiretos (trabalhadores terceirizados e próprios)”, alerta o diretor do Sindipetro, Radiovaldo Costa, que lembra que, além da UO-BA, tem a FAFEN, RLAM, Transpetro, Campos Terrestres, Petrobrás Biodiesel e outras unidades da empresa. “É possível perceber que a Petrobrás tem um tamanho colossal para o estado”.
A transferência dos trabalhadores para outros estados será outro baque para a economia baiana, avalia o dirigente se referindo ao prejuízo para que a economia local terá com as decisões da Petrobras. “Os trabalhadores próprios da Petrobrás injetam, por mês, na economia da Bahia, cerca de 80 milhões de reais, através de seus salários, mas essa receita também não será mais gerada para a Bahia”, lamenta Radiovaldo.
Segundo o Sindipetro, no estado inteiro são 4 mil funcionários efetivos e 14 mil terceirizados.
O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, lembra que a estatal já vinha sinalizando a diminuição da empresa no estado ou a saída completa. A RLAM e Transpetro foram colocados à venda, os Campos de Petróleo na região de Catu, Candeias, São Sebastião, Alagoinhas e Pojuca também estão à venda. A FAFEN está em processo de paralisação, ela vai ser fechada e não vendida. “Essas medidas somadas fazem parte de um plano maior da retirada da Petrobrás do estado”.
Prejuízo para o Petros
A desocupação do edifício Torre Pituba (Ediba) anunciada pela empresa, em Salvador, prejudica o estado e os petroleiros com as demissões e transferências, e também a gestão da Petros, proprietária do prédio que ficará vazio, afirma Deyvid Bacelar.
Segundo ele, a Petros, que administra 39 planos de previdência complementar, oferecidos por diversas empresas, entidades e associações de classe, construiu o prédio que foi alugado pela Petrobras por 30 anos. A estatal quer rescindir o contrato sem pagar a multa. “No momento de crise em que vivemos vai ser difícil alugar o edifício. Esse distrato vai prejudicar muito o fundo”, diz Deyvid se referindo a rescisão do contrato de aluguel.
Vai tudo para o Sul
De acordo com os dirigentes do Sindipetro-BA, as gerências notificaram os trabalhadores da Torre Pituba que eles teriam que procurar outras unidades em outros estados para serem transferidos. Principalmente, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Além do edifício em Salvador, a empresa pretende se desfazer de outros ativos na Bahia, incluindo a primeira refinaria do Brasil. Localizada na cidade de São Francisco do Conde, na região metropolitana da capital, a Refinaria Landulfo Alves deve ser vendida até o final do ano.
Já a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), também administrada pela estatal, vai ser arrendada por dez anos. Além da Refinaria Landulfo Alves e da Fafen, a Petrobras explora petróleo em quatro bacias da Bahia, tem quatro terminais de armazenamento e distribuição espalhados pelo estado, como também cinco termelétricas e um sistema gasoduto na capital.
Sindipetro-BA impedido de participar de reunião
O Sindipetro Bahia divulgou nota nesta terça-feira (10) denunciando que os dirigentes da entidade foram impedidos de participar de uma reunião sobre a desmobilização do Edifício Torre Pituba e finalização das atividades da Petrobras na Bahia.
Na nota, o Sindipetro-BA diz que repudia “a atitude da Petrobrás que busca aterrorizar os trabalhadores e esconder das representações sindicais suas intenções em acabar com as atividades da Petrobras não somente na Bahia mas em todo Nordeste”.
Assembleia
16/09, às 16h, no Centro de convenções do Hotel Fiesta
Pontos de pauta:
– Formas de luta para manter a Petrobrás na Bahia
– Definição de uma estratégia de luta para a manutenção da Petrobrás no Torre Pituba
– Definição de uma campanha em defesa da manutenção dos empregos (diretos e indiretos) dos trabalhadores do Torre Pituba
[Com informações da CUT e do Sindipetro-BA]